terça-feira, 4 de junho de 2013

Formas e pensamento( Espiritual)



PERGUNTA: — Qual é a diferença entre o feitiço verbal e o feitiço mental?
RAMATÍS: — Sem dúvida, quer seja feitiço verbal ou mental, o pensamento é sempre o elemento fundamental dessa prática maléfica, pois não existem palavras
sem pensamentos e sem idéias. Quando o homem fala, ele mobiliza energia mental sobre o sistema nervoso, para então acionar o aparelho de fonação e expressar em palavras as idéias germinadas na mente. E o feitiço mental
ainda pode ser mais daninho do que através da palavra, pois é elaborado demorada e friamente sob o calculismo da consciência desperta, em vez de produto emotivo do instinto incontrolável. O enfeitiçamento verbal
produzido pela maldição ou pela praga pode gerar-se num arrebatamento de cólera, contrariedade ou desforra de natureza mais emotiva ou explosiva, produzindo mais fumaça do que ruínas! Faltando-lhe a premeditação, que
confirma o impacto ofensivo, também pode ser menos prejudicial.
PERGUNTA: — Quais são os motivos que tornam o feitiço mental mais ofensivo do que o enfeitiçamento verbal?
RAMATÍS: — O feitiço mental, quase sempre, é fruto do ciúme, do amor-próprio, da frustração, vingança e humilhação, pois germina e cresce no silêncio enfermiço da alma e sob a consciência desperta do seu autor. O feitiço mental pode ser mais grave do que o feitiço verbal, porque fecunda-se na covardia silenciosa e ignorada do mundo profano.
Quem amaldiçoa ou roga pragas, assume em público a responsabilidade
de sua desforra intempestiva. Mas o que enfeitiça pela mente, resguarda-se no anonimato hipócrita e ainda continua a gozar de bom conceito público.
PERGUNTA: — Qual é o processo ou mecanismo que faz o pensamento ferir à distância, movido por um veemente desejo de vingança?
RAMATÍS: — A mente humana, quando tomada de raiva, ódio, cólera, inveja ou ciúme, produz energias agressivas que perpassam pelo cérebro perispiritual e fazem baixar-lhe o padrão vibratório, alterando também as demais energias
astralinas e etéricas que ali se encontram em circulação.
Então, produz-se um fenômeno que podia ser definido por “coagulação” etéreo-astral, lembrando o caso da onda de frio que, ao atuar no seio da atmosfera do vapor de água, solidifica-o na forma de gotículas. Lembra, também, a corrente elétrica perpassando por uma solução salina, quando produz a
precipitação verificada em laboratórios de química e física.
As ondas mentais também ficam alteradas e intoxicam a própria atmosfera mental em torno do cérebro humano, produzindo substâncias que, baixando vibratoriamente, tornam-se nocivas e devem ser eliminadas do campo psíquico e áurico do homem. Mas elas, em vez disso, penetram na circulação
humana afetando o sistema endocrínico, linfático, nervoso e sangüíneo, produzindo doenças de origem ignorada. Por isso, as criaturas violentas, coléricas, irritáveis, pessimistas, ciumentas, invejosas e que se injuriam facilmente, quase sempre são vítimas de alergias inespecíficas, urticárias, nefrites e
eczemas neuro-hepáticos, surtos de disenteria ou hemorróidas, conseqüentes do desequilíbrio mental e descontrole psíquico.(1) Os hipocondríacos, por exemplo, são criaturas que vivem presas a infeliz círculo vicioso; elas alteram-se perturbando o psiquismo; e quando este desarmoniza, então adoece
o fígado! Da mesma forma, as ondas mentais, astralinas e etéricas viajam pelo mundo oculto até à pessoa objetivada, no seu impacto enfeitiçante e penetram-lhe na fisiologia do corpo provocando enfermidades.
(1) — Os tipos de eczemas são mais curáveis pela homeopatia e até por benzimentos, por causa de sua origem mais psíquica, geralmente afetando pessoas facilmente encolerizáveis. Entre os produtos homeopáticos para o tratamento de eczemas figuram Grafites, Rhus Tox., Anacardium, Petroleum e outros. No entanto, um dos mais terríveis eczemas pegajosos provindo de um insulto injurioso, em pessoa extremamente encolerizável, pudemos curá-lo com a homeopatia de Staphisagria, acrescida de Chelidonium Maj, como drenador.
PERGUNTA: — Qual é a definição mais clara do pensamento?
RAMATÍS:
— O pensamento é uma vibração da mente; ainda é matéria, embora sutilíssima, que provoca a ruína de outrem, quando lançado sob o impacto tóxico da mente vingativa.
É um fenômeno análogo ao da luz, pois se propaga em ondas, as quais vão-se enfraquecendo à medida que aumenta a distância que percorrem. Mas o pensamento é muitíssimo superior ao fenômeno da luz, porque ele é uma vibração de matéria mais quintessenciada e a sua produção exige múltiplos
fenômenos fisiológicos do corpo humano.
Aliás, a concentração cerebral, exigida pela função de pensar, faz afluir para o cérebro maior volume de sangue. Os médicos provam isso, atualmente, com uma pessoa deitada numa balança, pois esta inclina-se para baixo, assim que se
processa a atividade da pessoa pensar. É evidente que os pensamentos vão muito além das palavras, principalmente quando são vitalizados por uma pessoa de vontade forte e experimentada, que então pode guiá-los tão seguramente quanto o operador à distância maneja o seu controle remoto.
O homem, ao pensar, imprime impulsos vibratórios no seu corpo mental, resultando, simultaneamente, a produção de “ondas” e de “formas-pensamentos”. Conforme a lei de repercussão vibratória, a vibração do corpo mental se propaga
pela matéria que a rodeia, assim como a vibração da campainha se dissemina pelo ar atmosférico ou ambiente onde é acionada. A atmosfera e o éter, que interpenetram todas as coisas do macro e do microcosmo, também estão impregnados de substância mental proveniente da própria Mente Cósmica e respondem prontamente a quaisquer impulsos vibratório da mente humana. Esses impulsos mentais vibratórios produzem uma espécie de ondulação, à semelhança das ondas produzidas pelas pedras lançadas sobre a superfície da água e que se propagam em todas as direções e muitas, assim como acontece com a irradiação da luz do Sol ou da lâmpada.
As ondas mentais, que se formam e expandem-se em todas as direções, são multicores e opalescentes, mas se debilitam à medidas que se difundem à maior distância, lembrando o fenômeno que acontece comumente com as bolhas ou bolas de sabão, que vão se diluindo conforme o seu tempo de vida.

PERGUNTA: — Qual é a diferença na contextura dos bons e os maus pensamentos?
RAMATÍS: — Os pensamentos sublimes e altruístas são de vibração muita rápida e sutil, alimentadas por um combustível diáfano, que não deita resíduos no perispírito. Quando atraídos por outras mentes afins, eles também ativam os sentimentos mais raros, só influem em seres de boa estirpe sideral, As idéias, sugestões e criações mentais sobre o amor, a paz , o bem, em verdade são energias extraordinárias e de qualidade incomum, que adubam o crescimentos sadio do espírito humano. Há pensamentos científicos, religiosos e teosóficos, que influem preferencialmente em certo setor da atividade humana.
Os pensamentos malévolos, vingativos, coléricos e odiosos, imantam-se de magnetismo inferior e sobrecarregam-se de fluido mental, astralino e etéreo, de baixa vibração, agindo tão eficaz e rapidamente na atmosfera terrena, que justificam realmente o velho refrão: “O mal propaga-se mais fácil que o bem”! Enquanto a energia diáfana utilizada pelos bons pensamentos volatiza-se do perispírito absorvida pelo éter superior, a substância mental e astralina necessária para sustentar e mover os pensamentos daninhos e pecaminosos, adere fortemente à vestimenta perispiritual, formando escórias que, mais tarde, produzem ao serem drenadas para a carne, ou desintegradas nos charcos terapêuticos do astral inferior!
O homem é o que pensa; seu espírito, quando escravo das manifestações desregradas, faz da mente apenas o instrumento de sua relação egoísta com o mundo inferior; e depois da morte submerge-se num mar de magnetismo viscoso e aderente. Mas eleva-se aos níveis angélicos sob a lei de que “os humildes serão exaltados”, quem usa o poder mental para aniquilar as paixões do mundo animal, em vez de hostilizar o próximo!
PERGUNTA: — Poderíeis dar-nos um exemplo da diferença entre pensamento elevado e o malévolo, em que um deixa resíduos e outro volatiza-se no perispírito?
RAMATÍS: — Malgrado a exemplificação rudimentar, poderíeis supor dois fogões; um alimentado a lenha e outro a eletricidade/ o primeiro deixa resíduos, como cinza e carvão, e o segundo permanece límpido, porque só usa a eletricidade que se volatiza.
PERGUNTA: — Que mais podeis dizer sobre as ondas mentais?
RAMATÍS: — As ondas mentais, já o dissemos, lembram as ondas geradas pela pedra jogada a superfície da água. Mas não são muito precisas na sua ação porque logo se desfazem onde incidem, sem produzir idéia completa na sua trajetória ou objetivo final. Enquanto a onda mental apenas desperta sensações semelhantes onde recai, já a forma-pensamento transmite a idéia mais completa, porque, além de fortemente sobrecarregada da substância mental de quem a emite, agrega-se facilmente ao campo do pensamentos de outra pessoa e ali perdura a sua ação contagiante.
O corpo mental do homem ao ser tocado por uma forma-pensamento diferente. Tende a produzir na sua mente um pensamento semelhante ao que surge, tanto quanto seja o grau de sua receptividade.
Sem dúvida, o poder e a ação dominante das ondas mentais e das formas-pensamentos projetadas por alguém, variam conforme a força de vontade de quem as emite, enquanto também se enfraquecem tanto quanto mais longe estiverem de sua fonte original!
A onda de devoção, emitida por uma pessoa contrita em sua fé, também desperta noutra pessoa, propícia a tal sentimento, um estímulo de sentimento forte qual seja a força da onda mental e a sensibilidade de seu receptor. Da mesma forma, uma onda mental de natureza especulativa, também ativa, na pessoa receptora, impulso para transações comerciais.
PERGUNTA: — Que são formas-pensamentos?
RAMATÌS: — Enquanto as ondas mentais transmitem mais propriamente os sentimentos, as divagações e reminiscências de especulação propriamente psíquica, as formas-pensamentos recortam figuras nítidas ou configuram símbolos de uma natureza mais objetiva e compreensível para os clarividentes. Através da onda mental, há casos em que o vidente bem desenvolvido chega a ver a pessoa que a transmitiu, enquanto que a forma-pensamento só se impõe por sua própria imagem.
O pensamento produz uma série de vibrações no corpo mental e este então projeta uma porção de si mesmo, em perfeita conexão com a matéria mental circundante. Desse fenômeno, gera-se uma forma-pensamento simples e pura, cuja configuração, radiação, vitalidade, brilhos e colorido, perduram tanto quanto seja a força ou convicção de quem a emite.
A forma-pensamento, também conhecida por elemental ou elemental artificial, lembra uma entidade vivente, temporária, mas dotada de intensa atividade e animada pela idéia-mater que a gerou.
É um produto da própria alma, mas nutrida pela essência elemental vivificante e eletrônica do corpo. Quando maligna, move-se implacavelmente para impor-se sobre a pessoa escolhida para a vítima e alimenta-se pela força do ódio, inveja, cólera, despeito, ciúme ou vingança, que encontra em sua trajetória até arremessar-se no seu alento selvático. É tão obstinada como a semente lançada no seio da terra, que germina, malgrado e a sufonação do solo, a ação destruidora dos vermes, que tudo fazem para devorá-la!
A forma-pensamento constui-se de matéria sutilíssima, embora para alguns seja um produto fantasioso, pois, além de sobrecarregada se substância mental, astralina fortemente vitalizada pelo éter-físico, que se escoar pelo duplo etérico humano também se impregna da eletricidade e do magnetismo biológico da criatura. Eletrizando-se no seu curso benéfico ou maléfico, ela atinge o objetivo qual dardo criador ou destrutivo, valendo conforme a intenção e o poder de quem a projeta (2)
(2) — Vide “Formas de Pensamento”, de Annie Besant e C.W. Leadbeater, obra editada pela Editorial Kiel. Também a obra “O Homem Visível e Invisível” de C.W. Leadbeater, obra editada pela Editora O Pensamento.
Vide o Capítulo XII, “Claridência e Clariaudiência” da obra “Nos Domínios da Mediunidade”, de André Luíz, pág. 104, que assim diz: “Idéias, elaboradas com atenção, geram formas, tocadas de movimento, som e cor, perfeitamente perceptíveis por todos aqueles que se encontrem sintonizados na onda em que se expressam.”
Assim, entra três bilhões de encarnados e o dobro de desencarnados em intercâmbio incessante através do pensamento à superfície da Terra, aura do orbe parece o centro de imenso oceano etérico, vaporoso e cintilante, alimentado pelas fabulosas energias que transmitem e refletem as formas-pensamentos dos homens, lembrando verdadeiros cardumes de peixes fantasioso e coloridos ou pétreos! As mais absurdas e inconcebíveis configurações mentais flutuam, atritam-se e encorpam-se, para projetar-se em várias direções e arrastando-se inapelavelmente formas semelhantes. É um turbilhão de ondas mentais propagando-se em todos os sentidos e forma-pensamento entrecruzando-se e buscando pouso incessante na multiplicidade das mentes que compõem a consciência coletiva da humanidade! Há uma riqueza de cores formosas e fascinantes, porém, que jamais se misturam ou se fundem à massa de tons escuros, repulsivos, irascíveis e pegajosos do submundo mental.
PERGUNTA: — Quais os motivos que determinam essas cores do pensamento?
RAMATÍS: — De conformidade com as lei transcendentais, que regem o mundo mental, e qualidade do pensamento determina-lhe a cor, a natureza do pensamento compõe-lhe a forma; As cores do pensamento são fundamentais e jamais desmentem a sua cromosofia peculiar, isto é, o pensamento de amor ou de paz, de ódio ou de guerra, possui sempre a mesma tonalidade colorida, quer seja produzindo por um europeu, asiático, africano ou latino, Isso acontece , porque a Mente Divina , em qualquer latitude cósmica do espaço, fundamenta a mesma cor do pensamento e interpenetra todos os interstícios da mente humana os pensamentos, além de nutridos pela substância mental, também, impregnam-se do fluido astralino que no momento nutre sentimentos semelhantes.
Assim, em qualquer ponto do Universo, a cor clara e límpida sempre decora os pensamentos de amor puro; o branco prateado fundamenta os sentimentos messiânicos; o azul-celeste identifica a elevada emoção religiosa, enquanto o esforço mental para produzir raciocínio elevados e benfeitores à humanidade, sempre ressalta um formoso matiz amarelo e de ouro chispante, que é a cor do intelecto sublimado. As formas-pensamentos sublimes e benfeitoras são sempre límpidas, translúcidas e formosas, enquanto as formas-pensamentos produtos da mente subvertida e alimentadas pelas energias inferiores , mostram-se obscuras, pétreas e oleosas.
Infelizmente, devido à graduação primária da humanidade terrena, em geral, ainda predominam na aura humana as cores escuras, viscosas e densas, como resultantes de pensamentos nebulosos e próprios das mentes mal desenvolvidas.
PERGUNTA: — Em face da complexidade do assunto, poderíeis dizer-nos como se constituem as formas-pensamentos?
RAMATÍS: — Quando um homem pensa num objeto concreto, como uma casa, um livro, um pássaro ou paisagem , ele também constrói uma diminuta imagem de tal objeto na substância de sua mente ou corpo mental. Assim, quando o pintor, o cientista ou o escultor imaginam alguma criação para o futuro, eles projetam para além de si a forma-pensamento do que pretendem criar no mundo exterior da matéria. Sob a lei de afinidade e correspondência vibratória, essas formas-pensamentos vagueiam até encontrar um campo mental semelhante e então passam a atura com insistência até incorporar outras formas-pensamentos afins. Daí, os acontecimentos desairosos, que por vezes acontecem na Terra , quando certas descobertas ou invenções surgem simultaneamente em mais de um cérebro humano, dando azo a mútuas censuras de plágios.
O novelista, o poeta e o escritor, não só criam os seus personagens quando eles os imaginam, como ainda os impregnam de sua força e vivência mental; comandando-os pela mente criadora a seu bel-prazer, daqui para ali. Embora se trate de imagens ou personagens criados mentalmente, de existência física fictícia e podendo durar muito pouco tempo no campo espacial da mente do orbe , eles ficam sob a dependência do potencial da matéria mental de quem os criou. As imagens ou formas-pensamentos criadas pelos homens, às vezes, são tão vigorosas e perfeitas, que em certos trabalhos espiritistas, urbanistas ou esotéricos, onde o ambiente mental e psíquico se torna hipersensível, os videntes mal desenvolvidos chegam a confundi-los como espíritos desencarnados, o que não passa de um fenômeno de ideoplastia. (3)
(3) — Assim são as histórias de “Branca de Neve e os 7 Anões”, “O Chapeuzinho Vermelho”, “O Gato de Botas”, “Pinocchio”, “Cinderela”, e outras, que fizeram as delícias de nossa infância , cujos personagens permanecem vivos em nossa mente como criações vivas e indestrutíveis. Vide o capítulo “Vidência Ideoplástica”, da obra “Mediunismo”, de Ramatís.
Em trabalhos de hipnotismo é possível conduzir-se o “sujet” a ver numa folha de papel as forma-pensamento criadas simultaneamente pelo hipnotizador, e que, então, lhes parecem objetos físicos e reais. Há personagens criados pelos seus autores, sob tal vitalidade e incessante nutrição mental, que permanecem na esfera da vida de todos os povos e destes ainda recebem mais alimento mental espantando certos espíritos recém desencarnados, que ficam boquiabertos revendo vivos no Espaço os personagens de um mundo fadas!
PERGUNTA: — Como se explica que os pensamentos lançados além do indivíduo que os produz, ainda possam causar-lhes influência pessoal?
RAMATÍS: — Lembramos-vos que no estado presente de evolução humana, a maioria dos pensamentos dos homens ainda estão centralizados neles mesmos, porque são fundamentalmente egoístas e só circulam em torno de seus próprios autores ou pensadores, formando-lhes uma espécie de couraça ao redor do seu corpo mental.
Quando tais pensamentos são mórbidos, odiosos, tristes ou coléricos, os estados emotivos de melancolia, inquietação e desespero, justificando-se a velha lenda que o “feitiço sempre se volta conta o próprio feiticeiro”!
Sem dúvida, os pensamentos heróicos, decididos e animosos e confortantes, também incentivam as mentes sob tal vibração, pois influem incessantemente na propagação de idéias semelhantes. No entanto, os produtos mentais vigorosos, que depois geram vinganças, crimes ou suicídios, são verdadeiros enfeitiçamentos mentais que chegam a impelir outras criaturas a cometer iguais desatinos.
PERGUNTA: — Como se explica isso?
RAMATÍS: — Certos tipos de crimes, suicídios ou acontecimentos trágicos criam formas-pensamentos tão vigorosas, nítidas e duradouras, que chegam a induzir outras pessoas sintonizadas na mesma faixa vibratória , a praticarem atos semelhantes. Eles seguem a mesma linha trágica de ondas e pensamentos iguais aos que deram origem a eclosão aos acontecimentos funestos ocorridos anteriormente. À semelhança das ondas hertziana, essas formas-pensamentos vagueiam e convergem para o primeiro aparelho mental sintonizado na mesma gama vibratória ou semelhança de pensar.
O homem vacilante, mas sob o impulso incontrolável de ódio, que pensa em matar o desafeto, ou ainda num suicídio desesperado, mas falta-lhe a coragem para cometer o desatino, ele pode captar o mesmo impulso mental alucinatório de outrem e fortalecer a sua idéia macabra pela sugestão e influência alheia. As formas-pensamentos que alimentaram os fatos trágicos terminam por preencher o hiato de vacilação mental, impelindo o imprudente, que é ainda vítima de suas próprias emoções, a praticar o crime ou sua destruição. Na verdade, esses pensamentos semelhantes a acionarem a criatura que se deixou auto-hipnotizar por qualquer intenção desesperada.. (4)
(4) — Em Curitiba, além de outras observações pessoais, verificamos que no prazo de 49 dias, que os ocultistas consideram astrologicamente perigoso para a eclosão de acontecimentos semelhantes e trágicos, ocorreram os seguintes fatos de características extraordinariamente semelhantes; três suicídios de pessoas que se atiraram de sacadas, mas antes haviam tentado o suicídio e falhado; três mortes de jovens vítimas de estúpida roleta russa; três mortes a pauladas e três esposas frustadas na tentativa de matarem os maridos.
PERGUNTA: — Essas formas-pensamentos podem durar muito tempo?
RAMATÍS: — A existência da forma-pensamento depende principalmente da vitalidade mental ali acumulada e da força de impulsão de que, lhe deu origem. Há formas-pensamentos que têm a duração de uma bolha de sabão, enquanto outras persistem meses renovando-se mental e continuamente pela adesão ou incorporação de outras formas-pensamentos semelhantes.
Atualmente, já não se opõe dúvida de que os pensamentos são elementos tão poderosos como é a luz, o calor, a eletricidade e outras manifestações de energias mais inferiores. No futuro, tal qual acontece noutros planetas de vida humana superior, as criaturas serão educadas de modo a utilizar-se do pensamento, assim como hoje ensina-se as crianças a bem se utilizarem das mãos.
O pensamento, usado inconscientemente e tolamente, é arma que se volta contra o seu próprio autor, pois ele é realmente força que germina, condensa-se e revigora-se, retornado à fonte de que é lançado. Assim, o pensamento de amor sobre a criatura que nos tem feito mal, é como um refrigério, que lhe cai na mente apaziguando-lhe a raiva, o desespero e ajudando-a à sensibilização espiritual superior.
Mas a energia mental dosada pelo ódio é como a ave feroz que voa num ímpeto destrutivo. A força do pensamento e o vigor da emoção também determina a forma mental e seu tempo de vida, como uma separada do ser. Mas deforma-se numa configuração instável, e sem qualquer tom de beleza, manifestando-se com nódoas repugnantes e mórbidas, quando interpretam desejos, paixões e emoções predominantes do mundo mental.
PERGUNTA: — Os encarnados poderiam ver os pensamentos?
RAMATÍS: — Há médium e ocultistas bem desenvolvidos ou clarividentes inatos, podem ver os pensamentos/ outros os sentem; e, no futuro, a ciência poderá pesar e identificar os pensamentos através de instrumentação de elevada precisão. O pensamento é tão real como o ar que nos rodeia a vida material. Comumente, a sua forma sutil, invisível e de aparência nebulosa, lembra um vapor d’água, que varia na cor, na densidade e na sua conformação característica, em perfeita sincronia com o temperamento e o poder do homem que pensa. Quando os pensamentos são emitidos com veemência e nutridos por aquela “fé que remove montanhas”, da enunciação do Amado Mestre Jesus, eles então absorvem boa quantidade de prana ou fluido vital, que mais lhe fortifica a contextura benéfica ou maléfica que lhes deu origem, multiplicando-lhes a ação em curso para determinado objetivo. Os pensamentos emitidos por diversas pessoas, visando incessantemente a mesma finalidade num certo ambiente, terminam por dar-lhe uma cor ou tom mental, facilmente reconhecido pelas pessoas sensíveis.
PERGUNTA: — Poderíeis exemplificar-nos a respeito?
RAMATÍS: — Há profunda tendência dos pensamentos emitidos por certas pessoas de atraírem-se e combinarem-se a outros pensamentos de natureza semelhante, resultando um aumentos de força além do produzido pela sua força original. Assim, os pensamentos misturam-se e combinam-se entre si, deixando a sua marca característica nos lugares onde são aglomerados, compondo uma egrégora ou aura constante do que ali se pensa freqüentemente. (5)
(5) — Egrégora é uma forma mental coletiva alimentada pelos pensamentos semelhantes; ela nasce, cresce e amplifica-se conforme a alimentação, incessante de pensamentos sob o mesmo diapasão mental.

Os lugares, assim como as pessoas, conservam as peculiaridades e características, boas ou más, depressivas ou vitalizantes, agradáveis ou desagradáveis, que são o produto da soma dos pensamentos ali entretidos durante muito tempo. Há grande diferença de uma igreja, em contraste com um matadouros! As pessoas que penetram numa igreja ou templo religioso, embora não sejam prosélitos de tais religiões, não conseguem fugir a um estado de espírito reverente, pacífico e altamente emotivo, que ali se exsuda da soma dos pensamentos e sentimentos das pessoas freqüentadoras, causando impressões mentais superiores. No entanto, ninguém sentiria a mesma emoção no ambiente de um matadouro, embora esteja tudo limpíssimo ou enfeitado com as flores mais belas! O ar ambiental do mais estético e moderno hospital modifica o nosso pensamento logo à entrada, noa pela sua função material, mas devido à atmosfera mental triste, melancólica e de dolorosa expectativa, que se emana dos enfermos tomados por suas dores e suas apreensões negativas. O ambiente da penitenciária provoca repulsa, depressão e estímulos inferiores contundentes, devido ao aglomerado mental pernicioso, que ali é emitido incessantemente por facínoras, tarados, ladrões, viciados e malfeitores.
Há aldeias, cidades e nações, que nos despertam simpatia ao sentirmos a sua atmosfera mental; outras, no entanto, embora mais progressistas e fascinantes, desagradam-nos à primeira vista, porque sentimos a composição hostil dos pensamentos de seus moradores.
As cidades novas são estimulantes e otimistas, assim como a juventude; mas as metrópoles envelhecidas e condenadas ao desaparecimento breve, traem em sua imanência mental pessimista.
As pessoas costumam dizer que gostaram do “ar” desta ou daquela cidade, deste ou daquela povo e, inadivertidamente, estão realmente referindo-se ao espírito ou egrégora mental da mesma. Esse ar peculiar agradável ou desagradável, é como o calor que persiste num aposento mesmo depois de extinto o fogo; ou o perfume que contínua fragrante na sala, após retirarem o frasco ou as flores que ali estiveram.
As ondas do pensamento projetam-se lenta ou violentamente, fraca ou fortemente, construtiva ou destrutivamente, segundo os sentimentos e as emoções que as geraram. Os pensamentos de amor, candura, tolerância, comiseração, piedade, júbilo, ânimo ou renúncia, impregnam-se de fluidos vitais de um elevado energismo, manifestando-se cores claríssimas e fascinantes, como o rosa, azul-celeste, verde-seda, amarelo-translúcido, carmim, lilás, que ainda se tornam ainda mais belas quando agregadas a outros pensamentos semelhantes. No entanto, quando são gerados por ódio, luxúria, egoísmo, irascibilidade, crueldade, desespero, maledicência ou desânimo, poluem-se durante a sua trajetória incorporando outros produtos mentais inferiores e degradantes, que aumentam o seu teor original.

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