quarta-feira, 10 de julho de 2013

O qué ovoides? espiritismo


Os ovóides são pouco conhecidos da maioria dos espíritas e, praticamente, desconhecidos entre os não espíritas.
No Dicionário de Filosofia Espírita, de L. Palhano Júnior-Edições CELD, encontramos a seguinte definição de ovóide: “(semelhante ao ovo; forma de ovo) Formação atípica do perispírito causada por um forte monoideísmo de espíritos que se mantêm em idéias fixas, alienando-se  dos mais simples cuidados de integridade pessoal. Há um definhamentoá um definhamento do corpo espiritual, com miniaturização. Esse fenômeno pode ocorrer também sob o domínio hipnótico de entidades experientes, não só por questões de ordem inferior, mas também para determinadas operações, como nos preparativos reencarnatórios. Essas informações são encontradas nas obras mediúnicas ditadas pelo Espírito André Luís ao médium Chico Xavier”.
Embora, atualmente, possamos contar com informações mais pormenorizadas, como veremos adiante, vamos começar por André Luís. Acompanhando Gúbio, seu instrutor, André penetra numa região sombria, em missão de salvamento de irmãos sofredores e, também, para aprender. Vejamos como ele descreve o seu encontro com ovóides:
“Ante o intervalo espontâneo, reparei não longe de nós, como que ligadas às personalidades sob nosso exame, certas formas indecisas, obscuras. Semelhavam-se a pequenas esferas ovóides, cada uma das quais pouco maior que um crânio humano. Variavam profundamente nas particularidades. Algumas denunciavam movimentos próprios, ao jeito de grandes amebas, respirando naquele clima espiritual; outras, contudo, pareciam em repouso, aparentemente inertes, ligadas ao halo vital das personalidades em movimento”. (“Libertação”, FEB, p.84)
Em “Evolução em Dois Mundos”, psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira, também da FEB, p. 91, encontramos a seguinte explicação:
“Sentindo-se em clima adverso ao seu modo de ser, o homem primitivo, desenfaixado do envoltório físico, recusa-se ao movimento na esfera extra-física, submergindo-se lentamente, na atrofia das células que lhe tecem o corpo espiritual, por monoideísmo auto-hipnotizante, provocado pelo pensamento fixo-depressivo que lhe define o anseio de retorno ao abrigo fisiológico.
Nesse período, afirmamos habitualmente que o desencarnado perdeu o seu corpo espiritual, transubstanciando-se num corpo ovóide, o que ocorre, aliás, a inúmeros desencarnados outros, em situação de desequilíbrio, cabendo-nos notar que essa forma, segundo a nossa maneira habitual de percepção, expressa o corpo mental da individualidade, a encerrar consigo, conforme os princípios ontogenéticos da Criação Divina, todos os órgãos vitais de exteriorização da alma, nos círculos terrestres e espirituais, assim como o ovo, aparentemente simples, guarda hoje a ave poderosa de amanhã, ou como a semente minúscula, que conserva nos tecidos embrionários a árvore vigorosa em que se transformará no porvir”.
O grande escritor, tradutor, educador e filósofo brasileiro Huberto Rohden, desencarnado em 1981, que não era espírita, ditou, segundo o jornalista Jávier Godinho (Revista Espírita Allan Kardec nº. 38- p.36, Gráfica e Editora Paulo de Tarso) através do médium Luis Antônio Milecco o livro “Meu Além de Dentro e de Fora”, com o pseudônimo de Delfos. Logo imediatamente à apresentação, ele conta o que aprendeu quando levado pelo instrutor Rufus, visitou um cemitério de ovóides.
“_ Fui conduzido a um estranho compartimento da instituição que me abrigava.
Era uma sala um tanto espaçosa, escura e cheia de pequenas caixas retangulares, semelhantes a caixões de natimortos (nascidos mortos). Todavia, o que me deixou mais perplexo não foram as aparentes caixinhas mortuárias, mas o que estava dentro delas. Tratava-se de formas ovóides, que variavam em seu tamanho: algumas tinham a dimensão de um crânio humano, outras chegavam quase à estatura de um ovo de galinha”.
Jávier Godinho, na revista citada, conta-nos que se encontrava em Deuslândia, povoado do município de Brazabrantes (Goiás) acompanhando o trabalho do médium Geraldo Inácio da Silva, no Centro Espírita “Eurípedes Barsanulfo”. Geraldo é um peão da roça, totalmente cego da vista direita e com menos de 20% de visão na esquerda. Só tem o primeiro ano primário e, desde pequenino, vê, ouve e conversa com espíritos.
“Numa dessas ocasiões, repleta a Sala do Evangelho, onde os interessados assistem a palestras sobre a Doutrina Espírita, aguardando ser por ele recebidas, Geraldo veio pedir orações e vibrações para ajudar a equipe de Eurípedes Barsanulfo numa difícil intervenção cirúrgica que seria realizada para separação dos perispíritos de uma senhora encarnada e de dois desencarnados.
_ Venha comigo – chamou-nos, e o acompanhamos à cabine, onde o aguardavam uma jovem dos seus 25 anos, deitada de costas na maca, tendo a seu lado o pai, a mãe e um irmão, além de duas médiuns.
Feita a prece e iniciados os passes, Geraldo pediu detalhes e o pai respondeu que a moça estava com anemia profunda. Submetida a mil e um exames, tratamento médico rigoroso, um caminhão de remédios e transfusões de sangue, ela se mostrava cada vez mais fraca, mais fraca cada vez.
Concentrado, o médium passou as mãos abertas a alguns centímetros de todo seu corpo, terminando na perna direita, num gesto como se expulsasse alguma coisa. Com excelente bom humor, uma de suas características, determinou à donzela:
_ Agora você se levanta e vai viver normalmente. Cada dia que passar, você vai se sentir mais forte e melhor. A anemia acabou de sair pela ponta do seu pé…
Ela obedeceu e, embora tivesse chegado quase carregada pelos familiares, sozinha calçou os sapatos e saiu caminhando, espantada, porta afora, seguida pelo pai, mãe e irmão, mais atônitos ainda.
A sós conosco, Geraldo explicou:
_ Eu não podia dizer a verdade. Eles não compreenderiam. A moça tinha dois ovóides, um de cada lado do tronco, que lhe sugavam toda a energia. Os médicos que trabalham com seu Eurípedes os retiraram e vão cuidar deles, para que um dia também se recuperem…”
Uma obra escrita há poucos anos, “Ícaro Redimido” (Editora INEDE), traz um grande contributo ao estudo dos ovóides. O autor espiritual é Adamastor, pseudônimo de um médico que viveu na França no final do século dezenove e se transferiu para o Brasil. O médium que o psicografou é o médico homeopata e professor de homeopatia Gilson Teixeira Freire. Os termos científicos usados na obra são entendidos pelos leigos graças a notas explicativas no rodapé das páginas e a um glossário no final. O Capítulo 8 é todo dedicado a informações sobre ovóides. Vamos ver algumas delas, resumidamente:
1ª) Os ovóides podem ter origens diferentes. O autor cita os suicidas e os que são filhos do ódio, centralizados em monoideísmo de revolta e vingança.
2ª) “O ovóide é uma verdadeira regressão biológica, representando o colapso da forma e da consciência. O processo se efetua através de paulatinas degradações em que a configuração humana se contrai inicialmente pela perda dos membros e redução significativa do tronco, até que se estaciona em sua forma final, assemelhando-se a uma mórula embrionária agigantada, pois guarda dimensões que variam entre as de uma laranja e as de um crânio de recém-nascido. A alta densidade da psicosfera envolve-o em uma névoa, tornando-lhe os contornos imprecisos e emprestando-lhe um aspecto gelatinoso, como os embrióides. Sua membrana externa acinzentada, à semelhança da mórula, apresenta desenhos losangulares arredondados”.
3ª) A atividade vital dos ovóides é fraca, os órgãos internos se apresentam reduzidos em suas formas embrionárias, o coração bate fraco, o sistema nervoso também se acha retrocedido aos primórdios de seu desenvolvimento embrionário, os nervos cranianos acham-se presentes e sua temperatura é instável.
4ª) Quando o ovóide não está acomodado em um hospedeiro, ele verte uma secreção pegajosa, que o ajuda a fixar-se em qualquer superfície em que esteja. Através de uma ventosa ele se alimenta de vibrações.
5ª) Instalam-se os ovóides, preferencialmente na mente humana, pois se alimentam das emanações psíquicas de suas vítimas. Comumente se alojam na fronte de seus hospedeiros em íntima conexão com o centro cerebral, levando-os ao esgotamento das energias psíquicas e ocasionando graves transtornos mentais.
6ª) Para que a parasitose se instale há necessidade de sintonia entre a vítima e o algoz.
7ª) Existem ovóides tão intensamente atados aos seus hospedeiros desencarnados, que reencarnam jungidos a eles, produzindo estranhas enfermidades.
8ª) No mundo subumano das trevas os ovóides “são temidos e usados como verdadeiras armas de persuasão por espíritos com intenção de domínio, que podem aplicá-los tanto em encarnados quanto em desencarnados e por isso os ovóides são muito procurados por estes infelizes”.
9ª) Os ovóides em tratamento recebem todos os cuidados necessários, tanto de enfermeiros especializados, quanto dos seus tutores, pois a misericórdia de Deus a ninguém desampara e “assiste o homem através do próprio homem”. É impressionante o trabalho incansável, a extrema paciência e o amor incomensurável que os tarefeiros da Espiritualidade Maior dedicam aos necessitados colocados sob a sua responsabilidade.
Além dos espíritas interessados em aprofundar os seus conhecimentos sobre a Doutrina Espírita, aconselho a todos os médicos a lerem a obra em questão. Muitas doenças de diagnóstico aparentemente impossível, pelos meios conhecidos, têm nela a sua explicação e, conseqüente tratamento.
A 10 de fevereiro de 2006 fundei um grupo de Cura denominado “Equipe Dr. Bezerra de Menezes” com a ajuda da médium Sônia Aparecida Ferranti Tola, Edson Luís da Silva (então presidente do Centro Espírita “Amor, Fé e Caridade”) e sua esposa Sandra Márcia Saraiva Silva. A equipe é formada por clarividentes, clariaudientes, médiuns de psicofonia, psicografia e sustentação. Do lado dos desencarnados contamos com médicos, enfermeiros, atendentes, técnicos e outros abnegados benfeitores. O grupo é coeso e tem como dirigente o médium Ivan Celso B. Pinto, que é disciplinado e assíduo. Usamos nos trabalhos, ectoplasma, cromoterapia, vibrações, orações, etc. O atendimento é, normalmente, à distância, mas em alguns casos o doente participa da reunião. Atendemos encarnados e desencarnados (principalmente aqueles das regiões umbralinas. Tivemos curas até de câncer. Nem todos se curam, no entanto, por motivos que nós, espíritas, conhecemos.
Para elaborar o projeto, inspirei-me, em parte, no trabalho da escritora, articulista e seareira espírita Idalinda de Aguiar Mattos, que escreveu: “A |Luz pouco a pouco se vai fazendo na mente de todos os que, crendo em Deus, entretanto duvidam das forças ou recursos desconhecidos à humanidade. O homem está muito longe de entender os mistérios que o rodeiam. Além da escassez da nossa visão, existem acontecimentos extraordinários, demonstrando a sapiência e a bondade do Criador”.
Entre os mais diversos problemas atendidos, deparamos, até agora, com dois casos de ovóides. No primeiro caso, vários ovóides estavam implantados na coluna vertebral de uma senhora e no segundo, um no útero de outra senhora. Detectados pelas clarividentes, foram retirados, com a imprescindível ajuda e supervisão dos Espíritos.
Quanto mais a Ciência Oficial se aliar à Ciência do Espírito, mais recursos a Humanidade terá para a cura dos seus males!
Veja o video!!


Agua fluidificada,o que é?

O Que é Água Fluidificada? PDF Imprimir E-mail
A água fluidificada é a água normal, acrescida de fluidos curadores. Em termos de Espiritismo, entende-se por água fluidificada aquela em que fluidos medicamentosos são adicionados à água. É a água magnetizada por fluidos.

Quem faz a fluidificação da água?

Em geral, são os Espíritos desencarnados que, durante as sessões de fluidoterapia, fluidificam a água, mas a água pode ser magnetizada tanto pelos fluidos espirituais quanto pelos fluidos dos homens encarnados, assim como ocorre com os passes, sendo necessário, para isso, da parte do indivíduo que irá realizar a fluidificação, a realização de preces e a imposição das mãos, a fim de direcionar os fluidos para o recipiente em que se encontrar a água.

Como é feita a fluidificação da água?

A água é um dos corpos mais simples e receptivos da Terra. É como que a base pura, em que a medicação Espiritual pode ser impressa. O processo é invisível aos olhos mortais, por isso, a confiança e a fé do paciente são partes essenciais para que tratamento alcance o efeito desejado. A água é um ótimo condutor de força eletro-magnética e absorverá os fluidos sobre ela projetados, conserva-los-á e os transmitirá ao organismo doente, quando ingerida. A água fluidificada expande os átomos físicos, ocasionando a entrada de átomos espirituais, ainda desconhecidos, e que servem para ajudar na cura.

Procedimentos para a fluidificação da água

Veja o artigo Como Fluidificar a Água.

Tipos de fluidificação da água

  • Fluidificação Magnética: É aquela em que fluidos medicamentosos são adicionados na água por ação magnética da pessoa (encarnada) que coloca suas mãos sobre o recipiente com água e projeta seus próprios fluidos.
  • Fluidicação Espiritual: É aquela em que os Espíritos aplicam fluidos (sem intermediários) diretamente sobre os frascos com água. Na Fluidificação Espiritual a água não recebe fluidos magnéticos do indivíduo encarnado, mas somente os trazidos pelos Espíritos. A Fluidificação Espiritual é a mais comumente utilizada nos Centros Espíritas.
  • Fluidificação Mista: É uma modalidade de fluidificação onde se misturam os fluidos do indivíduo encarnado com os fluidos trazidos pelos Espíritos.
Como vimos, o processo de fluidificação da água independe da presença de médiuns curadores, pois os Espíritos podem aplicar os fluidos sem intermediários, diretamente sobre os frascos com água, além disso, qualquer pessoa pode fluidificar a água, basta ter fé e concentrar-se naquilo que estiver fazendo, projetando assim os seus próprios fluidos e recebendo o auxílio da Espiritualidade amiga, sempre presente.

Ação da água fluidificada no organismo

A água é uma molécula polar composta e é facilmente absorvida no nosso organismo. Por isso e aproveitando-se de algumas de suas propriedades (tensão superficial, condutividade elétrica e susceptibilidade magnética), é usada como agente do tratamento de fluidoterapia.
Todas as reações que acontecem no nosso organismo são em soluções aquosas, e as proteínas, membranas, enzimas, mitocôndrias e hormônios somente são funcionais na presença desta substância (água).
A ciência denomina a água de “Líquido Vital”. Uma vez fluidificada e ingerida, a água pode provocar os seguintes efeitos:
  • Inibição da formação de radicais livres, ou seja, diminuição dos processos oxidativos celulares, diminuição da taxa de produção de gás carbônico, aceleração dos processos de fagocitose, incremento na produção de linfócitos (células de defesa);
  • Observa-se na membrana celular uma maior mobilidades de íons Sódio e Potássio, melhorando o processo de osmose celular, tendo um efeito rejuvenescedor no organismo. Há uma distribuição no mecanismo de transporte de vários tipos de cátions, como é o caso do cálcio;
  • Efeitos sobre os hormônios receptores, ativação dos linfócitos por antígenos e várias lecitinas. O processo de polarização magnética induzida (imantação) da água no organismo produz a captura e precipitação do cálcio em excesso no meio celular;
  • Reposição da energia espiritual, renovando a estrutura perispiritual.
A terapêutica com a água fluidificada traz muitos benefícios ao organismo, apesar de não poder parar ou regredir as doenças geradas por resgates, doenças crônicas e degenerativas, porém facilita a ação medicamentosa e tem se mostrado eficiente na cura das doenças psicossomáticas. 

Conclusão

A água fluidificada, portanto, é uma água magnetizada, principalmente, pelos Espíritos, contendo, assim, alterações ocasionadas pelos fluidos salutares ali colocados e direcionados para o equilíbrio de alguma enfermidade física ou espiritual.
Para cada paciente o fluido medicamentoso será específico não só para a sua enfermidade física, mas também para as necessidades espirituais de cada um. Deve ser usada como um medicamento. Manda o bom senso que não se utilize remédios sem necessidade, portanto, da mesma maneira, só deve usar a água fluidificada quem de fato estiver necessitando dela. Tudo em excesso faz mal, não é mesmo.

Quem foi Ermance Dufaux,e sua importancia para o espiritismo..




Ermance de la Jonchére Dufaux nasceu em 1841, na cidade de Fontainebleau, França. Próxima a Paris, abrigava a residência oficial de Napoleão III e de outros nobres. O pai de Ermance, rico produtor de vinho e trigo, era um deles. Tradicional, a família Dufaux residia num castelo medieval, herança de seus antepassados.

Em 1853, a filha dos Dufaux começou a apresentar inquietante desequilíbrio nervoso e a fazer premonições. Por causa desse problema, seu pai procurou o célebre médico Cléver De Maldigny.

Pelo relato do Sr. Dufaux, o médico disse que Ermance parecia estar sofrendo de um novo distúrbio nervoso, que havia feito diversas vítimas na América e que, agora, estava chegando à Europa. As vítimas da doença entravam numa espécie de transe histérico e começavam a receber hipotéticas mensagens do Além.

O médico aconselhou o Sr. Dufaux a trazer Ermance a seu consultório, o mais rápido possível. Assim foi feito. Alguns dias depois, a mocinha comparecia à consulta.

Maldigny colocou um lápis na mão da menina e pediu que ela escrevesse o que lhe fosse impulsionado. Ermance começou a rir, gracejando, mas, de súbito, seu braço tomou vida própria e começou a escrever sozinho. Ao ver-se dominada por uma força estranha, Ermance assustou-se, largou o lápis e não quis continuar a experiência.
Maldigny examinou o papel e confirmou seu diagnóstico. Os pais de Ermance ficaram extremamente preocupados. Como a família era famosa na corte, a notícia logo se espalhou em Paris e Fontainebleau, chegando aos ouvidos do Marquês de Mirvile, famoso estudioso do Magnetismo.

O Marquês visitou o castelo dos Dufaux e pediu para examinar Ermance. Os pais aquiesceram, mas a mocinha teve que ser convencida. Por fim, Ermance colocou-se em posição de escrever e Mirvile perguntou ao invisível:

- Está presente o Espírito em que penso? Em caso positivo, queira escrever seu nome por intermédio da garota.
A mão de Ermance começou a se mover e escreveu:
- Não, mas um de seus parentes remotos.
- Pode escrever seu nome?
- Prefiro que meu nome venha diretamente à sua cabeça. Pense um instante.
- São Luís, rei de França (1), primo do primeiro nobre de minha família?
- Sim, eu mesmo.
- Vossa Majestade pode dar-me um prova de que é realmente o nosso grande rei?
- Ninguém nesta casa sabe que você e seus parentes me consideram o Anjo da Guarda da família.

Se Maligny via o caso de Ermance como doença, o Marquês também tinha suas explicações preconcebidas. Na sua opinião, ela apenas captava as idéias e pensamentos presentes no ambiente. Isso na melhor das hipóteses. Na pior, a jovem estava sendo intérprete do Diabo, pois, como católico, ele não acreditava que os mortos pudessem se comunicar. Uma análise conclusiva deveria ser feita pela Academia de Ciências de Paris.

O Sr. Dufaux, no entanto, não levou o caso adiante. Embora também fosse católico, ele preferiu acreditar que sua filha não era doente ou possessa, mas apenas uma intermediária entre os vivos e os mortos. A família foi se acostumando com o fato e a faculdade de Ermance passou a ser vista como uma coisa natural e positiva.

Os contatos com São Luís passaram a ser frequentes. Sob seu influxo, ela escreveu a autobiografia póstuma do rei canonizado, intitulada "A história de Luís IX, ditada por ele mesmo". Em 1854, esse texto foi publicado em livro, mas a Censura do Governo de Napoleão III proibiu a sua distribuição. Os censores acharam que algumas passagens podiam ser entendidas como críticas ao Imperador e à Igreja.

O posicionamento favorável dos Dufaux ao neo-espiritualismo (spiritualisme) gerou retaliações. Numa confissão, Ermance recusou-se a negar sua crença nos Espíritos, atribuindo suas mensagens a Satanás, e foi proibida de comungar. A Imperatriz também esfriou seu relacionamento com a família. No entanto, o Imperador Napoleão III ficou curioso e pediu para conhecer a Srta. Dufaux.

Ela foi recepcionada no Palácio de Fontainebleau e recebeu uma mensagem de Napoleão Bonaparte para o sobrinho. A mensagem respondia a uma pergunta mental de Luís Napoleão e seu estilo correspondia exatamente ao de Bonaparte.

Com o tempo, os Espíritos também começaram a falar por Ermance. Em 1855, com 14 anos, Ermance publica seu segundo livro "spiritualiste" (na época, não existiam os termos espírita, mediunidade, etc). O primeiro a ser distribuído e vendido: "A história de Joana D'Arc, ditada por ela mesma" (Editora Meluu, Paris).

Segundo Canuto Abreu, a família Dufaux conheceu Allan Kardec na noite do dia 18 de abril de 1857. O Codificador teria dado uma pequena recepção em seu apartamento e os Dufaux foram levados por Madame Planemaison, grande amiga do professor lionês.

No final da reunião, Ermance recebeu uma belíssima mensagem de São Luís, que, a partir dali, tornaria-se uma espécie de supervisor espiritual dos trabalhos do Mestre. Segundo o ex-rei, Ermance, assim como Kardec, era uma druidesa reencarnada. Os laços entre os dois se estreitaram e ela se tornou a principal médium das reuniões domésticas do Prof. Rivail.

No final de 1857, Kardec teve a idéia de publicar um periódico espírita e quis ouvir a opinião dos guias espirituais. Ermance foi a médium escolhida e, através dela, um Espírito deu várias e ótimas orientações ao Mestre de Lion. O órgão ganhou o nome de "Revista Espírita" e foi lançado em Janeiro do ano seguinte.

Como o apartamento de Allan Kardec ficou pequeno para o grande número de frequentadores da sua reunião, alguns dos participantes decidiram alugar um local maior.

Para isso, porém, precisavam de uma autorização legal. O Sr. Dufaux encarregou-se de obter o aval das autoridades, conseguindo em quinze dias o que, normalmente, levaria três meses. Conquistada a liberação, o Codificador e seus discípulos fundaram a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em Abril de 1858. Ermance foi uma das sócias fundadoras.

Durante o ano de 1858, Ermance recebeu mais duas autobiografias mediúnicas. Desta vez, os autores foram os reis franceses Luís XI e Carlos VIII. O Codificador elogiou o trabalho da Srta. Dufaux (2) e transcreveu trechos das "Confissões de Luís XI" na Revista Espírita(3). Nesse mesmo ano, Kardec divulgou três mensagens psicografadas pela jovem sensitiva (4). Não temos notícia sobre a possível publicação das memórias de Carlos VIII.

Canuto Abreu revelou que Rivail a utilizou como médium na revisão da 2ª edição de O Livro dos Espíritos.

Em 1859, Ermance não é mais citada como membro da SPEE nas páginas do mensário kardeciano. Isso leva-nos a crer que ela teria saído da Sociedade. Outro indício dessa suposição é que São Luís passou a se comunicar através de outros sensitivos (Sr. Rose, Sr. Collin, Sra. Costel e Srta. Huet). Não há, igualmente, registros da continuidade do seu trabalho em outros grupos.

O que teria acontecido com Ermance? Teria casado e deixado a militância, como Ruth Japhet e as meninas Baudin? Teria se desentendido com Kardec? Teria mudado da França? Teria desanimado com o Espiritismo? São perguntas que só ela poderia responder. Seja como for, o Codificador continuou a divulgar seu trabalho. Em 1860, ele noticiou a reedição de "A história de Joana D'Arc ditada por ela mesma", pela Livraria Lendoyen de Paris.

Em 1861, enviou vários exemplares desse livro, junto com suas obras, para o editor francês Maurice Lachâtre, que se encontrava exilado em Barcelona, Espanha. O objetivo era a divulgação do Espiritismo em solo espanhol. Esses volumes acabaram confiscados e queimados em praça pública pela Igreja Católica no famoso Auto-de-fé de Barcelona.

"A história de Luís IX ditada por ele mesmo", foi liberada pela Censura e finalmente publicada pela revista La Verité de Paris em 1864. No início de 1997, a editora brasileira Edições LFU traduziu "A história de Joana D'Arc" para o português.

NOTAS:
(1) Rei francês, filho de Luís VIII e Branca de Castela, nascido em 1215, coroado em 1226 e morto em 1270. Luís IX teve um reinado bastante conturbado. Até 1236 enfrentou a Revolta dos Vassalos e a Guerra dos Albigenses. Venceu duas batalhas contra os ingleses em 1242. Em 1249, organizou uma Cruzada, foi vencido e aprisionado. Resgatado, ficou na Palestina até 1252, quando voltou à França. Empreendeu mais uma Cruzada e morreu de peste ao desembarcar em Tunis. Foi canonizado pela Igreja em 1297.
(2) Página 30 do Volume 1858, EDICEL.
(3) Páginas 73, 148 e 175, ibidem.
(4) Páginas 137, 167 e 317, ibidem.


BIBLIOGRAFIA
ABREU, 1992.
KARDEC, 1993.
KARDEC,
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