segunda-feira, 20 de outubro de 2014

E para que serve o galho de arruda que a benzedeira usa?

é uma especie de catalisador ,um sinalizador.Estando a criança sobre a congestão fluídica,o passar da mão da rezadeira fara a movimentação dos fluidos ali estacionados.Já que entre a mão da rezadeira e o corpo da criança existe uma planta,os fluidos passarão por esta.Como o meio vegetal é incompatível com as cargas fluídicas em transito,ele vai fulminando e,a depende do quanta fluídica causador da congestão ,a fulminancia sera maior ou menor.O passista que tenha estudado o fenômeno magnético em profundidade saberá distinguir o nível de comprometimento e de solução do problema por tato-magnetico.

Porque as crianças são mais sujeitas a maus -olhados do que adultos?

Porque nas crianças os centros vitais são menores e mais sensíveis.Nelas eles estão estruturados para fluidos mais refinados e sutis do que os elaborados para adultos,além de,por suas dimensões,trabalharem menores quantidades de fluidos.Quando recebem cargas fluídicas densas e/ou em grandes quantidades ,esses centros entram rapidamente em congestão fluídica, dai advindo a falência dos mesmos.Os adultos ,por possuírem centros vitais  mais amplos e adaptados para processarem fluidos mais densos ,ficam menos sujeitos a esse tipo de contaminação,se bem que não cem por cento livres do risco.É como o que ocorre com o corpo físico é mais fácil maltratar uma criança que um adulto. Os centros vitais são o que chamo de respiradouro do perispírito ,significa dizer que de suas harmonias e de seu funcionamentos dependem a qualidade da percepção dos fluidos absorvidos .E, dependendo de como sejam absorvidos ,circularão nos campos vitais de forma mais ou menos equilibradas e harmônica.Se eles são congestionados ,perde-se a capacidade de respirar os fluidos sutis indispensáveis á vitalidade,quando então ocorre o popular (quebranto) .

O que seria um mau olhado ,um quebranto?

Da parte de quem o sofre, trata-se da absorção de uma carga fluídica impropria,a qual contamina ou mesmo congestiona um ou mais centros vitais importantes ,gerando a falência do (s) mesmo (s),terminando por transferir a mazela para o (s) órgão (ãos) físicos correspondentes.D
a parte de quem o realiza é a emissão de uma carga fluídica muito densa ,dirigida,de forma intencional ou não,a pessoas, plantas e/ ou animais.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

SEXO OU SEXUALIDADE?

A crença equivocada de que a sexualidade  esta somente ligada às atividades dos órgãos  genitais ou das relações sexuais causou nas crianças de ontem ,adultos de hoje ,um verdadeiro desastre em seu desenvolvimento social e psicossexual.Quando nos reportamos a sexualidade ,devemos dar ao termo um amplo significado ,que envolve a energia sexual como um todo ,estímulos espirituais ,as alegrias  vitalizadoras do afeto e de outras tantas forças criativas da alma humana.As relações magnéticas e simpáticas-afinidades que há entre pessoas que se atraem naturalmente  ou similitude no sentir e no pensar que aproxima dois ou mais seres -tem sua origem na energia sexual que ,na essência ,provem da sua criação para formar renovar e prover todas as criaturas.Sexualidade e sensualidade não são necessariamente sinônimos,embora uma não anule a outra .A sensualidade pode ser  simplesmente uma união física desprovida  de qualquer presença do Amor .Ela pode estar vinculada à necessidade instintiva do individuo ou para perpetuar a especie ou ser meramente um desejo pessoal de se fazer e satisfazer
o desejo de duas pessoas .Sem amor ou afeição ,o ato sexual é apenas a expressão de uma necessidade orgânica que se esvai quando termina a carga erótica ,não contribuindo em quase nada para o relacionamento afetivo nem para o desenvolvimento do amor .Marco BUFFA PALESTRA SOBRE SEXUALIDADE E SEXO. PEGUNTA QUESTÃO 388 LIVRO DOS ESPÍRITOS.

domingo, 12 de outubro de 2014

IDENTIDADE DOS ESPIRITOS.

IDENTIDADE DOS ESPIRITOS

Introdução: Possibilidades de Identificação.

De acordo com o Livro dos Médiuns de Allan Kardec – Cap. XXIV, a identificação dos Espíritos é uma das grandes dificuldades do Espiritismo, uma vez que entre eles encontramos todos os defeitos da humanidade, incluindo-se a astúcia e a mentira, que utilizam ao se apresentarem sob nomes respeitáveis para inspirarem maior confiabilidade. Esta a razão porque não podemos acreditar na autenticidade de todas as assinaturas.

A identidade dos Espíritos é, com freqüência impossível de se comprovar, especialmente quando se trata de Espíritos antigos em relação a nós.

Quanto aos Espíritos superiores e os Espíritos puros seus caracteres distintivos se apagam gradativamente na uniformidade da perfeição, podendo estes; para fixar nossas idéias, apresentam-se com o nome de um Espírito conhecido que pertença à mesma categoria evolutiva.

Nesse caso, a questão da identidade passa a ser secundaria, pois o que importa é a natureza do ensinamento, se é bom ou mau, digno ou não do personagem do qual leva o nome.

A identidade é mais fácil de se constatar, quando se trata de Espíritos contemporâneos dos quais se conhece os hábitos e o caráter. O Espíritos revela sua identidade por uma serie de circunstancias que ressaltam das comunicações, onde se refletem seus hábitos, seu caráter, sua linguagem e detalhes evidentes para as pessoas do convívio.

Para esclarecer, questões duvidosas o melhor critério e submeter às comunicações ao controle severo da razão, do bom senso e da lógica. A melhor de todas as provas de identidade esta na linguagem e nas circunstancias fortuitas, pois o ignorante jamais imitara o verdadeiro, pois em alguma parte de seu discurso sempre aparecerá seu verdadeiro caráter.

Estabelecer a identidade absoluta dos Espíritos em muitos casos, é uma questão secundaria e sem importância, mas não ocorre o mesmo com a distinção dos bons e maus Espíritos, pois sua individualidade pode nos ser indiferente, sua qualidade não o será jamais. A questão primordial é saber a que grau da escala espírita pertence o Espírito.

A linguagem dos Espíritos está sempre em razão de seu grau de elevação. Pelo pensamento e estilo identificaremos o caráter do comunicante. Os Espíritos superiores dizem sempre boas coisas que nos sejam úteis. A bondade e a benevolência refletem em sua linguagem.

Sòmente a inteligência, não atesta a superioridade de um Espírito, pois a moral nem sempre acompanha no mesmo ritmo. Sem hesitação devemos rejeitar o que contraria a lógica e a razão, devendo submeter sempre ao controle do mais severo bom-senso todas as comunicações recebidas.

Não há outro critério para discernir o valor dos Espíritos, senão o bom-senso, julgando-os pela sua linguagem e suas ações. Os bons Espíritos não podem dizer e fazer senão o bem; possui uma linguagem sempre digna, nobre, elevada, sem mistura de trivialidades.

Os bons Espíritos, só dizem aquilo que sabem e os levianos chegam a predizer o futuro, contendo datas fixadas, indicio de mistificação.

Os Espíritos superiores se expressam de forma simples e dizem muitas coisas com poucas palavras, jamais ordenam ou impõem, apenas aconselham.

ÄIdentificação dos Espíritos pelas Sensações.

No item 164 do Livro dos Médiuns – Cap. XIV encontramos sob a designação de médiuns sensitivos, aqueles suscetíveis de perceber a presença dos Espíritos por uma vaga impressão.

Esse tipo de mediunidade não tem um caráter bem definido, é uma faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras. Essa faculdade se desenvolve pelo habito, e pode adquirir tal sutileza que aquele que dela está dotado reconhece, através da impressão que sente, não só a natureza boa ou má do Espírito que esta ao seu lado, mas também sua própria individualidade.

Através dessa sensibilidade mediúnica, os médiuns experimentam as sensações do estado no qual se encontra o Espírito que vem a ele. Quando o Espírito é feliz a sensação é de tranqüilidade, leveza e seriedade; quando ele é infeliz, transmite agitação e mal estar.

ÄIdentificação dos Espíritos pela VIDÊNCIA.

Há médiuns que possuem essa faculdade de ver os Espíritos no seu estado normal, quando estão perfeitamente despertos; e outros apenas no estado sonambúlico. Essa faculdade raramente e permanente e é quase sempre, o efeito de uma crise momentânea e passageira.

O médium VIDENTE acredita ver pelos olhos, como os dotados da 2ª vista, mas na realidade, é a alma que vê, e essa é a razão pela qual vêem tão bem com os olhos fechados, como com os olhos abertos. É preciso distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade de ver os Espíritos. As primeiras são fatos isolados que tem sempre um caráter individual e pessoal (parentes e amigos) e não constituem a faculdade propriamente dita.

Entre os médiuns VIDENTES há os que só vêem os Espíritos evocados, descrevendo-os com exatidão e há outros que essa faculdade é mais geral, vêem toda a população Espírita ir e vir continuamente.

Essa mediunidade é rara e há muito para se desconfiar daqueles que pretendem desfrutar dessa faculdade por amor próprio ou por interesse.

Esse recurso de identificação dos Espíritos depende muito do grau de segurança e equilíbrio do médium (caráter, moralidade e sinceridade), devendo-se sempre verificar, analisar e comparar suas informações com outros recursos. É importante sua participação nos trabalhos mediúnicos devendo evitar transforma-lo em locutor do alem.

ÄIdentificação dos Espíritos pelo Conteúdo das Mensagens.

A melhor forma de identificação dos Espíritos comunicantes é através da analise das mensagens.

Os Espíritos que se revelam através dos médiuns, devem ser identificados por suas idéias e pela essência espiritual de suas palavras. É o critério da linguagem.

Os Espíritos superiores usam sempre uma linguagem digna, nobre, elevada, e sem trivialidades; se expressando com grande poder de síntese, simplicidade e modéstia.

Não podemos avaliar da qualidade do Espírito apenas pela forma material ou estilo, mas pelo conteúdo de sua mensagem. Os bons Espíritos só podem dizer e fazer o bem.

Os Espíritos imperfeitos, principalmente os mistificadores, procuram enganar, através do uso de palavras difíceis dentro de frases brilhantes, mas completamente destituídas de conteúdo útil.

Um Espírito pode apresentar-se com um nome respeitável e apresentar uma linguagem incompatível, ficando obvio que pretende enganar. Todo desvio da lógica, da razão e da sabedoria, não deixa duvidas de sua origem, qualquer que seja o nome apresentado.

Devemos submeter todas as comunicações a um exame escrupuloso, perscrutando e analisando o pensamento e as expressões, rejeitando sem hesitar tudo o que contraria a lógica e o bom senso. Com esse proceder os Espíritos enganadores se retiram, convencidos de que não podem nos iludir.

Bibliografia:

Cristianismo e Espiritismo – Leon Dennis – Nota complementar nº 12.
Fenômeno Espírita – Gabriel Delanne – 3ª parte.
Livro dos Médiuns – Allan Kardec – Cap. XXIV-XIV e Cap. X.
No Invisível – Leon Dennis – Cap. XXI.
O Consolador – Emmanuel – Questão – 379.
O Que é o Espiritismo – Allan Kardec – Questão – 93 a 99

Esquecimento do Passado:


1) É justo sofrer devido a um passado do qual não se tem recordação?

2) Será que podemos descerrar (v. tr. dir. Abrir (o que estava cerrado.) o véu que cobre nosso passado? (nossas vidas passadas?)

3) Se nascemos sem lembrar do nosso passado, não seria porque Deus assim o quer?

4) Os Espíritos não nos ensinaram que lembrar do passado é prejudicial ao homem? 

Essas são perguntas que nos fazemos sempre que tentamos entender a questão do esquecimento de nossas vidas passadas no processo reencarnatório.

Numa tentativa de pensarmos essas questões vamos recorrer a algumas citações das obras espíritas para fundamentar o nosso raciocínio a fim de que possamos chegar às mesmas conclusões ou discordar delas, não esquecendo que um dos grandes pilares da Doutrina Espírita é não aceitar a fé que não possa ser confrontada pela razão.

Pelo nosso pensamento lógico, a respeito da reencarnação, uma questão básica nos assola : "Se há reencarnação, porque não nos lembramos naturalmente de nossas vidas passadas?

No Livro dos Espíritos, que trata do escopo (s. m. propósito; intento; fim. (Pl.: escopos [ô].) (Do gr. skopos.) filosófico da Doutrina dos Espíritos, Kardec apresenta, na sua sistematização um trecho intitulado "Esquecimento do Passado". 

Assim, na questão 392, é indagado à espiritualidade:

P. 392 – Por que perde o Espírito encarnado a lembrança de seu passado?

Os Espíritos respondem:

"Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas ficaria ofuscado (v. tr. dir. Impedido de ver ou de ser visto; encoberto; oculto; obscurecido (Do lat.offuscare.), como quem sem transição saísse do escuro para o claro. Esquecido do passado ele é mais senhor de si".

Ainda dentro do mesmo capítulo VII – Parte Segunda, Kardec ao comentar a resposta dos Espíritos sobre a existência de mundos onde os habitantes têm a exata lembrança do seu passado, diz:

"Gravíssimos inconvenientes teria o nos lembrarmos das nossas individualidades anteriores. Em certos casos humilhar-nos-ia sobremaneira. Em outros nos exaltaria o orgulho, peando-nos (v. tr. dir. Prendendo com peia; (fig.) tolhendo; embaraçando; impedindo.), em conseqüência o livre arbítrio. Para nos melhorarmos, dá-nos Deus exatamente o que nos é necessário e basta; a voz do consciência e dos pendores instintivos. Priva-nos do que nos prejudicaria. Acrescentemos que, se nos recordássemos os nossos precedentes atos pessoais, igualmente nos recordaríamos dos atos dos outros homens, do que resultariam talvez os mais desastrosos efeitos para as relações sociais".

Do mesmo teor são as observações trazidas pelos Espíritos em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no Capítulo V:

"É em vão que se objeta (v. tr. dir. Contrapõe (um argumento) a outro; alega como dificuldade, como razão contraditória. (Do lat. objectare.) o esquecimento como um obstáculo no sentido de que se possa aproveitar a experiência das existências anteriores. Se Deus julgou conveniente lançar um véu sobre o passado, é por que isso devia ser útil. Com efeito, essa lembrança teria graves inconvenientes; poderia em certos casos, nos humilhar ou exaltar o nosso orgulho, e, por isso mesmo, entravar o nosso livre arbítrio; em todos os casos, traria uma perturbação inevitável nas relações sociais".

Outra justificativa para o esquecimento do passado se refere às dificuldades que teríamos em modificar nossos sentimentos antagônicos (adj. Que apresenta antagonismo; contrários; adversos. (Do gr. anti+agonikos.) a outros seres que nos causaram sofrimento em vidas anteriores, impedindo-nos a convivência em família ou em círculos de amizade ou de trabalho, onde pudéssemos transformar os sentimentos de inimizade e de ódio em sentimentos de amizade e de amor, conforme nos fala Ricardo di Bernardi na revista Reformador n. 2.010:

"Do ponto de vista da argumentação filosófica somos informados pelas mensagens psicografadas sobre a razão do esquecimento do passado. Esclarecem-nos os amigos que já retornaram ao plano espiritual acerca da dificuldade que seria convivermos, às vezes sob o mesmo teto, com nossos algozes (s. m. Verdugos, carrascos; (p. ext.) homem cruel, bárbaro; coisa que aflige. (Pl.: algozes [ô].) (Do ár. algozz.) ou vítimas de outras romagens (s. f. Romarias; peregrinações.) terrenas, caso tivéssemos nitidamente na consciência as lembranças do pretérito. 

... Nos filhos que hoje acalentamos no colo, comovidos pela ternura de sua vestidura (s. f. vestimenta; traje;(Do lat. vestitura. – no caso, está em sentido figurado – estágio inicial de desenvolvimento físico/psíquico) infantil, podem estar Espíritos de difícil convivência em encarnações anteriores. Retornam a nós atraídos pelo magnetismo da mútua e desastrosa experiência que nos uniu em estâncias (s. f. Lugar onde se está ou se permanece por certo tempo; paragem; estação; (Do lat. stantia.) do passado vivido em comum. A única forma de se transmutar (v. tr. dir. e pr. O mesmo que transmudar. (Do lat. transmutare.) - v. tr. dir. e ind. Fazer mudar de lugar ou de domínio; transformar; converter; mudar; tornar diferente. (Do lat. transmutare.) a natureza problemática do vínculo existente (pois não há como romper ligações energéticas que se sintonizam pelo desequilíbrio comum) é manter o intercâmbio vibratório fazendo-os renascer no mesmo lar. Os antagonismos são assim suavizados pela anestesia temporária do esquecimento, e os vínculos familiares abrem a porta da esperança na reconciliação". 


Ä A importância do véu do passado: 

Usando da mesma lógica exposta nos argumentos anteriores só podemos concluir que seria impossível estruturar uma nova possibilidade de vida, uma nova encarnação com o conhecimento integral e simultâneo, em nossa consciência, de todas as nossas experiências negativas de nossas vidas passadas. 

Como imaginar uma criança de 03 ou 04 anos, por exemplo, em pleno processo de desenvolvimento sensório-motor e da personalidade pretendendo aprendizado e evolução, atormentada por todas as suas experiências passadas?

Não temos estrutura psicológica para suportar o peso de todas essas informações. 

Hermínio de Miranda em seu livro "A Memória e o Tempo", propõe que o modelo de nosso inconsciente pode ser representado esquematicamente por camadas superpostas, como uma cebola cortada, que conteria todas as informações pretéritas e que o consciente teria um determinado limite na sua capacidade operacional de decodificar e lidar com os diversos estímulos a que estaríamos submetidos. Desta forma, os conteúdos mais ou menos irrelevantes ou perturbadores do passado estariam seletivamente arquivados no inconsciente de forma a preservar o funcionamento do conjunto psíquico.

Outro autor de diversas obras espíritas de cunho científico, Dr. Jorge Andréa afirma o seguinte:

"... O esquecimento pregresso (adj. Decorrido anteriormente; que aconteceu antes. (Do lat. praegressu.) do encarnado, este bem maior da vida, seria um véu equilibrante evitando as naturais desarmonias se participássemos de outras vivências, nossa atual cerebração não suportaria tamanha carga de emoções impedindo novas construções psicológicas".

Isso quer dizer que se não tivéssemos a capacidade de esquecer as vidas anteriores, nosso processo evolutivo seria praticamente impossível.

O esquecimento do passado tem pois a finalidade de proteção do aparelho psíquico, da nova organização da personalidade da vida atual. O nosso aparelho psíquico como um todo funciona no sentido de permitir novas experiências sem deixar que as situações traumáticas do passado, aquelas que poderiam nos desestruturar, aflorem desorganizadamente. 

Podemos supor que é exatamente este o problema ocorrido em algumas psicopatologias mais graves. Parece que os desequilíbrios do passado são tão intensos que mesmo este mecanismo de proteção não consegue impedir que venham a emergir na consciência.

Até aqui podemos avaliar que a indicação da necessidade do esquecimento de nossas vidas passadas como dádiva de Deus aos espíritos, está relacionada, principalmente, ao retorno do Espírito à vida corporal como forma de possibilitar sua nova existência e não como uma impossibilidade geral. 


Ä Regressão de Memória: 

Mediante os argumentos apresentados no tópico anterior formulamos a questão: Será então que ao nos utilizarmos da regressão da memória nas terapias de vidas passadas, não estaremos contra as determinações da Lei Natural ou Divina?

Ao responder a essa questão devemos empregar o bom senso, como nos ensinou Kardec. A regressão de memória não parece ser um erro, desde que ela se destine à possibilidade de minimizar o sofrimento de alguém. Só temos que nos preocupar, nesse caso, com a instrução dos espíritos no tocante ao "fim útil" que deve caracterizar o trabalho que traz à tona as lembranças do nosso passado. 


Ä Análise dos inconvenientes da regressão: 

Um dos inconvenientes da regressão de memória feita indiscriminadamente refere-se exatamente ao fato de que nem todos os que habitam a Terra têm um arcabouço (p. ext. - estrutura. (Var.: arcaboiço.) psíquico capaz de suportar a lembrança dos fatos traumáticos, dolorosos ou perniciosos (adj. Nocivos; ruinosos; funestos. (Do lat. perniciosu.)do passado.

As lembranças dolorosas ou geradoras de culpa podem desorganizar completamente a personalidade atual, gerando desequilíbrio psíquico que se manifesta sob forma das mais diversas denominações no campo da psicopatologia (s. f. Estudo psicológico das doenças mentais. (Do gr. psyche+pathos+logos.).

Outro inconveniente, que deve ser bastante considerado, é a dos efeitos desastrosos para nossas relações sociais, caso nos lembrássemos de nossos atos precedentes. A falta de uma ética na consideração deste aspecto no trabalho com regressão de memória pode trazer prejuízos a estas relações sociais.

Numa TVP (Terapia de Vidas Passadas), nunca se deve privilegiar o conhecimento de datas, locais ou a identificação de membros de nossa relação atual nos personagens do passado.

Quando essa identificação acontece naturalmente, não é valorizada e representa apenas uma necessidade do inconsciente para a superação do problema em foco. 

Assim como nos trabalhos doutrinários de orientação a espíritos sofredores, não nos preocupamos em identificar as entidades, não nos preocupando com nomes, locais, datas, mas sim exclusivamente com os seus sentimentos, também nas TVP esse cuidado deve ser seguido e esta é a maior contribuição da Doutrina Espírita nessa nova modalidade terapêutica.

Jorge Andréa no seu livro "Palingênese a Grande Lei", nos chama a atenção para o cuidado que se deve ter quando acionamos os mecanismos de nossas memórias pretéritas:

"...Poderíamos mesmo asseverar que o esquecimento das vidas pregressas do reencarnado seria a maior das perfeições do mecanismo palingenético: determinada existência representa um estágio de trabalho, que não dever ser maculado (s. f. Manchado, desdourado, deslustrado.) com lembranças negativas, quase sempre deprimentes. Aquele que por acaso conseguisse a lembrança integral da maioria de suas vivências passadas, sem um preparo ou condição apropriada, sofreria, inevitavelmente um vórtice (s. m. Furacão; turbilhão; voragem; redemoinho. (Do lat. vortice.) demolidor e asfixiante nos centros emocionais do EU".

Nessa mesma obra, o Dr. Jorge Andréa descreve suas próprias experiências e pesquisas com regressão de memória utilizando como instrumento a hipnose, na década de 60, em um indivíduo com alguns problemas físicos (alergia por exemplo). Sua preocupação estava na comprovação do fenômeno da palingênese (reencarnação). Apesar de não ter conseguido concluir suas pesquisas, verificou a redução de alguns sintomas físicos relacionados às experiência vividas em regressão pelos indivíduos submetidos à experiência. Na citação feita acima, vemos como ele destaca a importância de um preparo ou condições para vivenciar os conteúdos de vidas passadas. Além do mais, ele se refere textualmente "à lembrança integral da maioria das vivência passadas", fato que não é possível aos seres que como nós estamos engatinhando no processo evolutivo, e, como nos ensina o Livro dos Espíritos (pergunta 394) só é permitido aos Espíritos Superiores.

Na regressão de memória é importante considerarmos que não vamos propriamente ao passado, é o passado que vem até nós.

Se, como sabemos, os problemas de nossa vida atual têm sua origem no passado, os sintomas que eles desencadearam são seus representantes. São eles, os sintomas, que alertam sobre a existência de um desequilíbrio mais profundo. Assim, quando fizermos uma regressão a uma vida passada, não estamos indo necessariamente ao passado, mas é o passado que está se tornando presente pelo sofrimento que determina. 


Ä A Doutrina Espírita e os benefícios da TVP: 

Vimos até aqui, os inconvenientes da regressão de memória feita sem ética ou cuidado e a recomendação dos Espíritos nesse sentido, e nos perguntamos agora: - Será que existem pontos da Doutrina que, ao contrário, poderiam sugerir uma indicação à utilização da regressão de memória e consequentemente da TVP?

Verificamos na rica literatura espírita, quer por autores espirituais, através de obras psicografadas por médiuns consagrados, dada sua dedicação e seriedade à causa espírita, quer por autores e pesquisadores encarnados opiniões incontestavelmente favoráveis a utilidade da Regressão de Memória e da TVP, quando necessárias ao nosso desenvolvimento espiritual.

Dentro do próprio Livro dos Espíritos na questão 395, encontramos o seguinte:

P. 395 – "Podemos ter algumas revelações a respeito de nossas vidas anteriores?"

A resposta dos Espíritos é a seguinte:

R. "Nem sempre. Contudo, muitos sabem o que foram e o que faziam. Se lhe permitisse dizê-lo abertamente, extraordinárias revelações fariam sobre o passado."

Ao responderem "nem sempre", os Espíritos estão afirmando, por exclusão, que algumas vezes podemos ter revelações sobre nossas vidas passadas. Como em toda obra de Kardec, vemos que os Espíritos sempre que necessário colocam-nos conceitos gerais cujo detalhamento depende de nosso desenvolvimento intelectual e moral, gradual e constante. Não caberia aos objetivos de uma obra ao mesmo tempo tão abrangente e tão profunda penetrar nos detalhes de todas as coisas. Parece que os Espíritos só procuram ser enfáticos naquelas questões que seriam fundamentais aos entendimento dos princípios básicos da Doutrina. No caso em questão, parece que nosso desafio seria o de descobrir em quais situações nos seriam proveitosas e válidas as revelações do passado. 

Já em O Livro dos Médiuns, Kardec trata, no capítulo intitulado "perguntas que se podem fazer aos Espíritos", da questão de conhecermos o conteúdo de nosso passado. "15 a) - Podem os Espíritos dar-nos a conhecer as nossas existências passadas? R. Deus algumas vezes permite que elas vos sejam reveladas, conforme o objetivo.

b) – Assim como não podemos conhecer nossa individualidade anterior, segue-se que também nada podemos saber do gênero de existência que tivemos, da posição social que ocupamos e dos defeitos que em nós predominam?

R. Não, isso pode ser revelado, porque dessas revelações podeis tirar proveito para vos melhorardes."

Como podemos ver de acordo com a informação dos Espíritos a Kardec, a revelação dos conteúdos de vida passada, mesmo nossas posições sociais (nem sempre das quais podemos nos vangloriar) e nossos defeitos do passado, podem ser úteis ao nosso melhoramento atual no processo de evolução. Tudo depende, portanto, do modo e do objetivo com que esse conhecimento é empregado.

Léon Denis, contemporâneo de Kardec, já observava a importância que estes estudos e pesquisas a respeito das vidas passadas poderiam ter no futuro. Conhecido como "O Apóstolo do Espiritismo", "O Consolidador" e "O Filósofo do Espiritismo" por sua produção escrita e falada em favor da Doutrina dos Espíritos, Léon Denis descreve com detalhes, em uma de suas obras mais importantes, "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", diversos estudos sobre provas experimentais para a comprovação das chamadas vidas sucessivas. Além de detalhar fenômenos em que os indivíduos entravam em um estado alterado de consciência associado à lembrança de vidas passadas, ele cita alguns importantes pesquisadores da época que estudavam a regressão de memória, através de técnicas hipnóticas. Ao invés de uma oposição a esses estudos, o autor constata que "estas experiências hão de, provavelmente, multiplicar-se dia para dia", ressaltando porém a necessidade de precaução e rigor científico na observação e experimentação destes fenômenos.

Para concluir, trazemos a palavra de um Espírito muito estimado nos meios espíritas por todo seu exemplo durante a vida encarnada e, principalmente, por sua atividade enquanto desencarnado no alívio dos sofrimentos humanos: Dr. Bezerra de Menezes. Através do Espírito Manoel Philomeno de Miranda e psicografia de Divaldo Pereira Franco. Bezerra de Menezes resume muito bem a possibilidade da utilização do recurso terapêutico da regressão de memória quando comenta um caso de AJUDA ESPIRITUAL que estão acompanhando:

"A Terapia de vidas passadas é conquista muito importante, recentemente lograda pelos nobres estudiosos das "ciências das almas". Como ocorre com qualquer terapêutica, tem os seus limites identificados, não sendo uma panacéia (s. f. Planta imaginária, a que os antigos atribuíam a virtude de curar todas as doenças; (p. ext.) remédio para todos os males. (Do lat. panacea.) capaz de produzir milagres. Em grande número de casos, os seus resultados são excelentes, principalmente pela contribuição que oferece, na área das pesquisas sobre a reencarnação, entre os cientistas. Libera o paciente de muitos traumas e conflitos, propiciando a reconquista do equilíbrio psicológico, para a regularização dos erros pretéritos, sob outras condições. Mesmo aí, são exigidos muitos cuidados dos terapeutas, bem como conhecimento das leis de reencarnacionismo e da obsessão, a fim de ser levado a bom termo o tratamento, nesse campo. Outrossim, nesta, mais do que em outras, a conduta moral do agente deve ser superior, de tal forma que não se venha a enredar com os consórcios espirituais do seu paciente, ou que perca uma pugna (s. f. peleja; combate. (Do lat. pugna.), num enfrentamento com os mesmos, que facilmente se interpõem no campo das evocações trazidas à baila ((loc. adv.) a propósito.) ...

Ainda devemos considerar que cristalizações de longo período, no inconsciente, não podem ser arrancadas com algumas palavras e induções psicológicas de breve duração. Neste setor, além dos muitos cuidados exigíveis, o tempo é fator de alto significado, para os resultados salutares que se desejam alcançar." (do livro Loucura e Obsessão, página 91). 

Pelo que temos verificado até este ponto, a TVP não é contrária à Doutrina Espírita, e poderá trazer muitos benefícios à humanidade sofredora, desde que sejam observados diversos pontos julgados delicados pelos espíritos, que nos orientam para os cuidados necessários na tentativa que fazemos para aliviar os sofrimentos do homem. A TVP só deve ser praticadas quando realmente o conteúdo inconsciente do passado esteja impedindo o processo de conscientização e de evolução do homem, fixando-o nos processos de sofrimento. 

A questão não é se podemos ou não fazer uma regressão de memória, mas sim quando podemos ou devemos fazê-la e ainda com quem faremos esse tipo de terapia.




BIBLIOGRAFIA:


Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos – Parte Segunda, capítulo VII – Da volta do Espírito à vida corporal – Esquecimento do passado. 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

IDENTIFICAÇÃO DOS FLUÍDOS

IDENTIFICAÇÃO DOS FLUÍDOS

Introdução:

Ä Pensamento, Sintonia e Energias.

O ser humano é um complexo, que pode ser avaliado sobre diferentes visões: científica, religiosa, filosófica, holística, etc. Cada visão tem suas particularidades e abordagens, que enfatizam as "cores" da sua proposta ou linha de pensamento.

No entanto, um ponto de convergência começa a se consolidar como aceito pela maioria das visões: o componente energético do ser humano, e as sua interfaces com a natureza e com os outros seres da criação.

Com o desenvolvimento científico e os avanços tecnológicos, cada vez mais se estuda, diagnostica e teoriza sobre energias no complexo humano, como o pensamento emite energias, como se sintoniza e absorve energias do ambiente, etc.

O espiritismo kardecista enfatiza a questão energética do ser humano, colocando o componente energético e suas relações como tão ou mais importante que o componente material (físico, orgânico).

A base dos sistemas de auto-ajuda está na mentalização positiva, ou seja, na geração de energias positivas ao redor da pessoa.

A natureza é um imenso oceano de vibrações e energias, onde os seres transitam, influenciando e sendo influenciado por essa torrente energética e vibratória.

A física quântica, com suas teorias complexas e revolucionárias, traz à luz da discussão científica, o componente não material nos fenômenos da natureza, o elemento "organizador" da estrutura material e de seus fenômenos.

As colocações que fizemos até agora visam chamar nossa atenção para a questão energética e sua influência e relações em nossa vida. Vamos abordar a questão específica dos nossos pensamentos e de nossa sintonia energética e vibratória.

O ser humano absorve energias das mais diversas, de forma automática, e as metaboliza em sua estrutura energética, que o espiritismo denomina de perispírito. Essa absorção e metabolização fazem parte normal do funcionamento do complexo humano, ocorrendo de maneira automática, ou seja, é um processo inconsciente ou transparente, numa linguagem mais moderna, que ocorre independente da percepção ou decisão voluntária da pessoa.

Essas energias absorvidas são constituídas das energias e vibrações do ambiente em que estamos inseridos, e se constituem de elementos presentes na natureza (como o Fluído Cósmico Universal, radiações eletromagnéticas, etc.), de fluídos (emissões energéticas de processos orgânicos ou perispirituais de outros seres da criação) e de vibrações e pensamentos advindos de outros seres humanos ou espíritos.

A metabolização no nosso complexo transforma essas energias absorvidas em componentes específicos da nossa "circulação" energética, distribuindo estes em todo o nosso organismo físico e perispiritual, servindo como verdadeiro "alimento" para o complexo humano.

Por ser um processo automático, a absorção de energias pelo nosso organismo está ajustado, naturalmente e automaticamente, ao padrão energético e vibratório específico do indivíduo, ou seja, ao nível vibratório correspondente ao seu estado mental e espiritual do momento.

Isso significa dizer que as energias absorvidas pelo indivíduo são do mesmo padrão vibratório em que ele se encontra no momento, ou seja, nosso complexo energético tem uma espécie de "filtro", que deixa passar apenas as energias com as quais afinamos e sintonizamos.

Evidentemente, um estado de desequilíbrio no nosso campo mental e espiritual, promove imediatamente um reajuste no nosso sistema energético, o que nos leva também a sintonia com determinado tipo de energia, que passará a ser "filtrada" para o nosso sistema energético, incorporando-se, pela metabolização ao sistema perispiritual e físico.

O equilíbrio ou o desequilíbrio no campo mental e espiritual do indivíduo determina, portanto, que "qualidade" ou "tipo" de energia será absorvido por ele.

Se estivermos equilibrados, harmonizados, vibrando no bem, nosso "filtro" promove a absorção de boas energias, correspondentes ao nosso "patamar vibratório", bloqueando a absorção de padrões energéticos "ruins".

Se estivermos desequilibrados, desarmonizados, invigilante com nossos pensamentos, nosso patamar vibratório se ajusta com energias "ruins", e nosso filtro bloqueia a absorção das energias boas e promove a assimilação de energias desequilibradas.

É fácil deduzir que se absorvemos um determinado padrão energético, com uma certa "qualidade", seja ela positiva (boa) ou negativa (ruim), a metabolização dessas energias produz componentes energéticos de qualidade similar, que se distribuem pelo nosso organismo físico e perispiritual, afetando-o com a qualidade inerente ao tipo e qualidade da energia absorvida.

Também podemos inferir que o padrão vibratório/energético absorvido, uma vez metabolizado em nosso complexo perispirítico, reforça o estado vibratório (patamar) que permitiu sua absorção, ou seja, reforçamos o estado de equilíbrio ou desequilíbrio em que nos encontramos. Por isso é necessária a vigilância constante sobre nossa sintonia mental/espiritual, para que não nos deixemos levar pelos pensamentos inadequados, pelas vibrações negativas, pelos sentimentos menos dignos, pelas emoções descontroladas, pois isso permitirá que iniciemos um processo de absorção de energias negativas, que por sua vez reforçam nosso estado de desequilíbrio, o que pode, em persistindo esta situação, colocar-nos em contato com seres desequilibrados, causar-nos doenças e desequilíbrios físicos, psíquicos e espirituais.

Em contrapartida, a vigilância para que nosso pensamento, nossa sintonia permaneça sempre elevada, voltada à prática do bem, do amor e da caridade, permite que, constantemente, fiquemos sintonizados e absorvendo as energias equilibradas, o que reforça nosso equilíbrio e bem estar físico, psíquico e espiritual, trazendo a sensação agradável de estar em sintonia com energias elevadas. Esse é o retorno, a recompensa imediata de quem pratica o amor e a caridade. Traz o prazer em se praticar o bem.

Ao entender estes mecanismos, podem afirmar que é muito importante que busquemos, com um esforço constante, com muita consciência, uma mentalização positiva para o nosso foco mental, para os nossos pensamentos, em todas as etapas e momentos de nossa vida, em casa, no trabalho, no lazer, no trânsito..., De modo a garantir a sintonia com um patamar energético mais elevado, com a conseqüente absorção e metabolização de energias benéficas e reforçadoras de nosso comportamento no caminho do bem.

De outra forma, deve ser evitado que nosso foco mental vague em paragens menos dignas. Temos que zelar para que nosso pensamento não seja direcionado para as coisas negativas e destruidoras. Não devemos focar a negatividade, os problemas, as inconformidades, nem sintonizar com a desgraça, pois nesse caso nos comportaremos como urubus, que voam alto apenas para focalizar a carniça, para dela se alimentar.

Pensamento no bem, pensamento calmo, pensamento positivo, pensamento criador, foco no amor e na caridade. Esse é o caminho da mentalização, da sintonia e da absorção das boas energias. Lembremo-nos que as palavras expressam pensamentos. Que saiam de nossas bocas as boas palavras e de nosso coração as boas atitudes.

Devemos sempre ter em mente que a energização que nos envolverá, depende, em cada instante, apenas de nossa atitude mental, e que na aplicação prática de nossa vida, a ligação com o alto se faz na aplicação das boas virtudes, com o exercício constante do bem, seja em que atividade estiver.

Nosso bem estar depende apenas de nós mesmos.

Ä NOÇÕES SOBRE FLUIDOS – EXTERIORIZAÇÃO

Todos vivemos em um universo constituído de partículas, raios e ondas que não conseguimos perceber normalmente.

A própria matéria é constituída de pequenas porções chamados átomos, que são tão pequenas que não podem ser vistas.

Mas, mesmo assim, sabemos que a matéria compacta que conhecemos e que compõe uma cadeira, uma mesa, um papel, etc., é formada pela união dessas partículas. Elas não são imóveis, pelo contrario, a velocidade intensa que as anima, faz com que pareçam estar em muitos lugares ao mesmo tempo, dando aos nossos sentidos, a impressão de continuidade da matéria (lembrar as pás de um ventilador desligado, quando então se pode passar os dedos entre elas, pelos espaços vazios, o que não se consegue quando o aparelho está ligado).

Estamos imersos em um mundo de matéria sutilizada, refinada, invisível, porém, real, e que tem como fonte primeira, uma substancia que é denominado Fluido Cósmico Universal (FCU), que dá todas as formas materiais já conhecidas e, provavelmente, muitas outras que ainda nos são desconhecidas, e também a energia nas variadas formas em que se manifesta.

Os fluidos nada mais são que formas energéticas dessa substancia primordial que o perispírito automaticamente absorve do meio ambiente, transforma de acordo com o padrão vibratório espiritual em que se encontra e irradia em redor de si formando uma verdadeira esteira psíquica ou hálito mental.

Os fluidos estão sujeitos a impulsão da mente do Espírito, quer encarnado ou desencarnado; o pensamento e as emoções dão-lhes uma determinada estrutura de maior ou menor densidade, conforme a pureza ou harmonia com que são emitidos. Quanto mais elevados são os pensamentos e as emoções, os fluidos são mais harmônicos, agradáveis, luminosos, saudáveis. Quanto mais inferiores, mais desarmônicos, desagradáveis, doentios.

Constantemente estamos irradiando de nós o que realmente somos, e impregnando com esse fluido particular as coisas, o ambiente, os objetos e influindo sobre as pessoas que aceitam e assimilam essa energia.

Educando o nosso pensamento, podemos irradiar uma quantidade maior de fluidos de qualidade superior, que metabolizamos com a nossa mente. Daí, a importância de mantê-la sempre em estado de elevação.

Ä IDENTIFICAÇÃO DE FLUIDOS – PERCEPÇÃO E ANÁLISE.

Estamos mergulhados em uma atmosfera fluídica da qual absorvemos automaticamente energias que metabolizamos dando-lhes características particulares.

Assim é que cada um de nós vive na atmosfera psíquica que cria e recebe na proporção exata do que tenha semeado.

Todavia, é preciso salientar que não vivemos isolados, e sim que agimos e reagimos uns sobre os outros. Essa ação, porém, se subordina a lei de afinidade segunda a qual os semelhantes se atraem e os contrários se repudiam.

No fenômeno mediúnico, durante o transe, ocorre uma exteriorização mais ou menos acentuada do perispírito do médium, ampliando-lhe percepções que se acham atenuadas em face do maior estreitamento vibratório que o corpo físico condiciona. O médium nesse estado tem uma percepção mais acurada e sente em todo o seu corpo, uma sensação de maior vibratilidade, conseguindo entrar em contacto com os Espíritos pela associação das correntes fluídicas, identificar-lhes a intenção sentir-lhes o "peso especifico", sabendo que este tanto maior será quanto mais grosseiros e desagradáveis forem os fluidos.

Os fluidos projetados de uma pessoa combinam-se com os de outras e com os dos Espíritos presentes, formando assim o ambiente fluídico local, que pode ser percebido pelo médium que está com seus sentidos mais aguçados.

A prática ensina aos médiuns como devem diferenciar os vários tipos de Espíritos, segundo os fluidos que lhes são particulares. De uma forma geral, são as seguintes sensações que diferenciam os bons e elevados dos maus e atrasados: Os bons irradiam em torno de si fluidos leves, agradáveis, suaves, calmos, harmônicos e o médium tem uma sensação de bem-estar geral e euforia espiritual, podendo, então, se entrar na faixa mental do Espírito, perceber-lhe as idéias, intenções e sentimentos. Os maus irradiam em torno de si fluidos pesados, desagradáveis, fortes, violentos, desarmônicos e o médium tem uma sensação de mal-estar geral, ansiedade, desassossego, nervosismo, cabeça pesada, pálpebras chumbadas, bocejos freqüentes e arrepios.

O médium em desenvolvimento, após a concentração e a prece, ficará em atitude passiva, relaxada física e psiquicamente, procurando se colocar em condições de perceber o ambiente espiritual e o de alguma entidade que porventura dele se aproxime, analisando os efeitos dessa influencia, a ela se associando ou rechaçando.



Ä TIPOS DE FLUIDOS – FORMA DE ABSORVÊ-LOS OU RECHAÇÁ-LOS

Os fluidos se diferenciam de acordo com a condição espiritual de quem os emite ou de acordo com o tipo de ação que a mente sobre eles impõe.

As mais variadas categorias de fluidos existem, pois cada uma servindo como vestimenta dos sentimentos, pensamentos e ações de cada um de nós.

De acordo com a freqüência vibratória em que eles se situam, no plano espiritual e para os VIDENTES encarnados, se apresentam em cores com os mais variados matizes, cada uma delas significando determinados sentimentos predominantes. Cores escuras, fortes e violentas, sentimentos maus e agressivos; cores suaves, alegres e brilhantes, sentimentos elevados.

Cada um de nós é um dinamopsiquismo emissor e receptor permanente; daí, não apenas recebemos influencias dos outros, mas também sobre eles mantemos as nossas influenciações.

Quando estamos em situação favorável, mediunicamente falando, isto é, com parcial ou total exteriorização do nosso perispírito, percebemos os fluidos emitidos por uma entidade ou ambientes, a eles nos associando ou não, dependendo do nosso padrão vibratório. Se vibrarmos na mesma faixa ou padrão, reforçamos as vibrações recebidas e estabelecemos o que se chama de sintonia vibratória, graças ao fenômeno da afinidade. Para tanto, concorrem, não só o nosso estado espiritual como a movimentação de nossa vontade no sentido de aceitar e concordar com a tonalidade vibratória recebida, reforçando-a. Estamos, pois, diante de um fenômeno de absorção fluídica em que os afins se atraem e se somam. Assim, se estivermos em um ambiente onde imperam fluidos de natureza grosseira e inferior, e começarmos a emitir pensamentos infelizes, fatalmente entraremos na mesma faixa vibratória. Se, no entanto, o ambiente estiver saturado de fluidos de natureza superior, de acordo com o nosso padrão vibratório, podemos ou não, perceber-lhes a existência e sentir-lhes a influencia, podendo no caso positivo, absorve-los se nos elevarmos até a faixa vibratória que lhes é própria às custas de bons pensamentos, boas idéias, bons sentimentos.

O rechaçamento se faz automaticamente ou voluntariamente, lembremos que força contraria se repelem.

Notar a diferença que há entre perceber e absorver, isto porque, no primeiro caso, atua o médium como passivo, apenas percebendo as vibrações em derredor, dentro de um certo limite, é bem verdade; e no caso de absorção, ele não apenas percebe, como atrai para si a corrente fluídica através da graduação que dá à sua mente pela força da sua vontade.

Assim cada médium recebe de acordo com as suas obras, segundo o preceito evangélico, não havendo privilégios nem esquecimentos na Lei de Justiça e Harmonia Supremas.


Ä Bibliografia:

Carlos Augusto Parchen Dezembro de 2000 Centro Espírita Luz Eterna – CELE. 13.ª sessão de exercício prático do Coem - Emmanuel, psicografia de Francisco C. Xavier "Seara dos Médiuns" Cap. 38; André Luiz, "Nos Domínios da Mediunidade (introdução)" - 14.ª sessão de exercício prático do Coem. - Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, "Seara dos Médiuns, Pág. 205(IMÃ0); Roque Jacinto", Desenvolvimento Mediúnico, Cap. 14. - 15.ª sessão de exercício prático do Coem - Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, "Fonte Viva", Caps. 86 e 117; Allan Kardec, "A Gênese", Cap. XIV.

Ä BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

A Gênese – Allan Kardec. Cap. XIV
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec. Perguntas 27 e 427.
O Livro dos Médiuns – Allan Kardec. Perguntas 74 e 98.
A Alma é Imortal – Gabriel Della

Alma,principio vital.

Há outra palavra sobre a qual igualmente devemos entender-nos, porque é uma das chaves de toda doutrina moral e tem suscitado numerosas controvérsias, por falta de uma acepção bem determinada; é a palavra alma. A divergência de opiniões sobre a natureza da alma provém da aplicação particular que cada qual faz desse vocábulo. Uma língua perfeita, em que cada idéia tivesse a sua representação por um termo próprio, evitaria muitas discussões; com uma palavra para cada coisa, todos se entenderiam.
Segundo uns, a alma é o princípio da vida orgânica material; não tem existência própria e se extingue com a vida: é o puro materialismo. Nesse sentido e por comparação, dizem de um instrumento quebrado, que não produz mais som, que ele não tem alma. De acordo com esta opinião, a alma seria um efeito e não uma causa.
Outros pensam que a alma é o princípio da inteligência, agente universal de que cada ser absorve uma porção. Segundo estes, não haveria em todo o universo senão uma única alma, distribuindo fagulhas para os diversos seres inteligentes, durante a vida; após a morte, cada fagulha volta à fonte comum, confundindo-se no todo, como os córregos e os rios retornam ao mar de onde saíram. Esta opinião difere da precedente em que, segundo esta hipótese, existe em nós algo mais do que a matéria, restando qualquer coisa após a morte; mas é quase como se nada restasse, pois não subsistindo a individualidade não teríamos mais consciência de nós mesmos. De acordo com esta opinião, a alma universal seria Deus e cada ser uma porção da Divindade; é esta uma variedade do Panteísmo.
Segundo outros, enfim, a alma é um ser moral, distinto, independente da matéria e que conserva a sua individualidade após a morte. Esta concepção é incontestavelmente a mais comum, porque, sob um nome ou outro, a idéia desse ser que sobrevive ao corpo se encontra em estado de crença instintiva, e independente de qualquer ensinança, entre todos os povos, qualquer que seja o seu grau de civilização. Essa doutrina, para a qual a alma é causa e não efeito, éa dos espiritualistas.
Sem discutir o mérito dessas opiniões e não considerando senão o lado lingüístico da questão, diremos que essas três aplicações da palavra alma constituem três idéias distintas, que reclamariam cada uma um termo diferente.
Essa palavra tem, portanto, significação tríplice, e cada qual está com a razão, segundo o seu ponto de vista ao lhe dar uma definição; a falha se encontra na língua, que não dispõe de mais de uma palavra para três idéias. Para evitar confusões, seria necessário restringir a acepção da palavra alma a uma de suas idéias. Escolher esta ou aquela é indiferente, simples questão de convenção, e o que importa é esclarecer. Pensamos que o mais lógico é tomá- la na sua significação mais vulgar, e por isso chamamos ALMA ao ser imaterial e individual que existe em nós e sobrevive ao corpo. Ainda que este ser não existisse e não fosse mais que um produto da imaginação, seria necessário um termo para designá-lo.
Na falta de uma palavra especial para cada uma das duas outras idéias, chamaremos:
Princípio vital, o princípio da vida material e orgânica, seja qual for a sua fonte, que é comum a todos os seres vivos, desde as plantas ao homem. A vida podendo existir, sem a faculdade de pensar, o princípio vital é coisa distinta e independente. A palavra vitalidade não daria a mesma idéia. Para uns, o princípio vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz quando a matéria se encontra em dadas circunstâncias; segundo outros, e essa idéia é a mais comum, ele se encontra num fluido especial, universalmente espalhado, do qual cada ser absorve e assimila uma parte durante a vida, como vemos os corpos inertes absorverem a luz. Este seria então o fluido vital, que, segundo certas opiniões, não seria outra coisa senão o fluido elétrico animalizado, também designado por fluido magnético, fluido nervoso etc.
Seja como for, há um fato incontestável, pois resulta da observação: é que os seres orgânicos possuem uma força íntima que produz o fenômeno da vida, enquanto essa força existe; que a vida material é comum a todos os seres orgânicos, e que ela independe da inteligência e do pensamento; que a inteligência e o pensamento são faculdades próprias de certas espécies orgânicas; enfim, que, entre as espécies orgânicas dotadas de inteligência e pensamento, há uma dotada de um senso moral especial que lhe dá incontestável superioridade perante as outras, e que é a espécie humana.
Compreende-se que, com uma significação múltipla, a alma não exclui o materialismo, nem o panteísmo. Mesmo o espiritualista pode muito bem entender a alma segundo uma ou outra das duas primeiras definições, sem prejuízo do ser material distinto, ao qual dará qualquer outro nome. Assim, essa palavra não representa uma opinião: é um Proteu, que cada qual ajeita a seu modo, o que dá origem a tantas disputas intermináveis.
Evitaríamos igualmente a confusão, mesmo empregando a palavra alma nos três casos, desde que lhe ajuntássemos um qualificativo para especificar a maneira pela qual a encaramos ou a aplicação que lhe damos. Ela seria então um termo genérico, representando ao mesmo tempo o princípio da vida material, da inteligência e do senso moral, que se distinguiriam pelo atributo, como o gás, por exemplo, que se distingue ajuntando-se-lhe as palavras hidrogênio, oxigênio eazoto. Poderíamos dizer, e talvez fosse o melhor, a alma vital para designar o princípio da vida material, a alma intelectual para o princípio da inteligência, e aalma espírita para o princípio da nossa individualidade após a morte. Como se vê, tudo isto é questão de palavras, mas questão muito importante para nos entendermos. Dessa maneira, a alma vital seria comum a todos os seres orgânicos: plantas, animais e homens; a alma intelectual seria própria dos animais e dos homens, e a alma espírita pertenceria somente ao homem.
Acreditamos dever insistir tanto mais nestas explicações, quanto a Doutrina Espírita repousa naturalmente sobre a existência em nós de um ser independente da matéria e que sobrevive ao corpo. Devendo repetir freqüentemente a palavra alma no curso desta obra, tínhamos de fixar o sentido em que a tomamos, a fim de evitar qualquer engano.