terça-feira, 19 de abril de 2016

Vamos pensar amigos...

É tempo de reagir com vigor contra essas doutrinas funestas, e de procurar, fora da órbita oficial e das velhas crenças, novos métodos de ensino que correspondam às imperiosas necessidades da hora presente. É preciso dispor os Espíritos para os reclamos, os combates da vida presente e das vidas ulteriores; é necessário, sobretudo, ensinar o ser humano a conhecer-se, a desenvolver, sob o ponto de vista dos seus fins, as forças latentes que nele dormem. Até aqui, o pensamento confinava-se em círculos estreitos: religiões, escolas, ou sistemas, que se excluem e combatem reciprocamente. Daí essa divisão profunda dos espíritos, essas correntes violentas e contrárias, que perturbam e confundem o meio social. Aprendamos a sair destes círculos austeros e a dar livre expansão ao pensamento. Cada sistema contém uma parte de verdade; nenhum contém a realidade inteira. O Universo e a vida têm aspectos muito variados, numerosos demais para que um sistema possa abraçar a todos. Destas concepções disparatadas, devem recolher-se os fragmentos de verdade que contêm, aproximando-os e pondo-os de acordo; é necessário, depois, uni-los aos novos e múltiplos aspectos da verdade que descobrirmos todos os dias, e encaminha-nos para a unidade majestosa e para a harmonia do pensamento. A crise moral e a decadência da nossa época provêm, em grande parte, de se ter o espírito humano imobilizado durante muito tempo. É necessário arrancá-lo à inércia, às rotinas seculares, levá-lo às grandes altitudes, sem perder de vista as bases sólidas que lhe vem oferecer uma ciência engrandecida e renovada. Esta ciência de amanhã, trabalhamos em constituí-la. Ela nos fornecerá o critério indispensável, os meios de verificação e de comparação, sem os quais o pensamento, entregue a si mesmo, estará sempre em risco de desvairar. * A perturbação e a incerteza que verificamos no ensino repercutem e se encontram, dizíamos, na ordem social inteira. Em toda parte, dentro como fora, a crise existe, inquietante. Sob a superfície brilhante de uma civilização apurada, esconde-se um mal-estar profundo. A irritação cresce nas classes sociais. O conflito dos interesses e a luta pela vida tornam-se, dia a dia, mais ásperos. O sentimento do dever se tem enfraquecido na consciência popular, a tal ponto, que muitos homens já não sabem onde está o dever. A lei do número, isto é, da força cega, domina mais do que nunca. Pérfidos retóricos dedicam-se a desencadear as paixões, os maus instintos da multidão, a propagar teorias nocivas, às vezes criminosas. Depois, quando a maré sobe e sopra o vento de tempestade, eles afastam de si toda a responsabilidade. Onde está, pois, a explicação deste enigma, desta contradição notável entre as aspirações generosas de nosso tempo e a realidade brutal dos fatos? Por que um regime que suscitara tantas esperanças ameaça chegar à anarquia, à ruptura de todo o equilíbrio social? A inexorável lógica vai responder-nos: a Democracia, radical ou socialista, em suas massas profundas e em seu espírito dirigente, inspirando-se nas doutrinas negativas não podia chegar senão a um resultado negativo para a felicidade e elevação da Humanidade. Tal o ideal, tal o homem; tal a nação, tal o país! As doutrinas negativas, em suas consequências extremas, levam fatalmente à anarquia, isto é, ao vácuo, ao nada social. A história humana já o tem experimentado dolorosamente. Enquanto se tratou de destruir os restos do passado, de dar o último golpe nos privilégios que restavam, a Democracia serviu-se habilmente de seus meios de ação. Mas, hoje, importa reconstruir a cidade do futuro, o edifício vasto e poderoso que deve abrigar o pensamento das gerações. Diante dessas tarefas, as doutrinas negativistas mostram sua insuficiência e revelam sua
fragilidade; vemos os melhores operários debaterem-se em uma espécie de impotência material e moral. Nenhuma obra humana pode ser grande e duradoura se não se inspirar, na teoria e na prática, em seus princípios e em suas explicações, nas leis eternas do Universo. Tudo o que é concebido e edificado fora das leis superiores se funda na areia e desmorona. Ora, as doutrinas do socialismo atual têm uma tara capital. Querem impor uma regra em contradição com a Natureza e a verdadeira lei da Humanidade: o nível igualitário. A evolução gradual e progressiva é a lei fundamental da Natureza e da vida. É a razão de ser do homem, a norma do Universo. Insurgir-se contra essa lei, substituir-lhe por outro o fim, seria tão insensato como querer parar o movimento da Terra ou o fluxo e o refluxo dos oceanos. O lado mais fraco da doutrina socialista é a ignorância absoluta do homem, de seu princípio essencial, das leis que presidem ao seu destino. E quando se ignora o homem individual, como se poderia governar o homem social? A origem de todos os nossos males está em nossa falta de saber e em nossa inferioridade moral. Toda a sociedade permanecerá débil, impotente e dividida durante todo o tempo em que a desconfiança, a dúvida, o egoísmo, a inveja e o ódio a dominarem. Não se transforma uma sociedade por meio de leis. As leis e as instituições nada são sem os costumes, sem as crenças elevadas. Quaisquer que sejam a forma política e a legislação de um povo, se ele possui bons costumes e fortes convicções, será sempre mais feliz e poderoso do que outro povo de moralidade inferior. Sendo uma sociedade a resultante das forças individuais, boas ou más, para se melhorar a forma dessa sociedade é preciso agir primeiro sobre a inteligência e sobre a consciência dos indivíduos. Mas, para a Democracia socialista, o homem interior, o homem da consciência individual não existe; a coletividade o absorve por inteiro. Os princípios que ela adota não são mais do que uma negação de toda filosofia elevada e de toda causa superior.

Pensamento.

"Esses pobres moços admitem que tudo quanto se passa no mundo é efeito necessário e fatal de condições primárias, em que a vontade não intervém; consideram que a própria existência é, forçosamente, joguete da fatalidade inelutável, à qual estão entregues de pés e mãos ligados. Esses moços cessam de lutar logo às primeiras dificuldades. Já não creem em si mesmos. Tornam-se túmulos vivos, onde se encerram, promiscuamente, suas esperanças, seus esforços, seus desejos, fossa comum de tudo o que lhes fez bater o coração até ao dia do envenenamento. Tenho visto desses cadáveres diante de suas carteiras e no laboratório, e tem-me causado pena vê-los."Pense nisso .

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

ESCRITA DIRETA

____Seguro urna lousa limpa ou coloco em urna gaveta fechada um pedaço de papel branco, e, depois de alguns segundos, a lousa ou o papel se mostram cobertos de uma escrita inteligível. Direis que isso é fisicamente impossível. Pode ser, mas Como o fato se dá, atestado pelos nossos sentidos e pelo nosso bom-senso, segue-se que ele é espiritual ou psico-fisicamente possível isto é, que não pode ser explicado por renhum processo puramente físico, mecânico ou material conhecido na mais adiantada ciência, ou concebível como independente da alma.
____"Terei motivo, disse John Wesley, para negar fatos tão perfeitamente atestados, só porque não posso compreendê-los?"
____... Estendemo-nos muito sobre os fatos provados de pneumatografia, porque são os que têm sido e precisam ser experimentalmente bem fintados. Se o fato tem sido rejeitado, é, eu o repito, devido à sua incompatibilidade com os métodos experimentais da Ciência. Eles são uma prova concludente, fornecida em plena luz do dia, da independência da alma e de um organismo visível, da ação de uma força inteligente fora do corpo_humano, operando frequentemente à distância de sete ou mais metros, nas mais simples e satisfatórias condições, e sendo isso tão fàcilmente verificável que sòmente a extrema incredulidade que não é senão o equivalente de uma insensata credulidade, pode levar uma pessoa a pôr em dúvida a ocorrência do fenômeno, depois de haver sido testemunhado ou bem apreciado pelo testemunho dado em seu favor. "Uma boa experiência, diz Sir Humphrey Davy, vale mais que a perspicácia de um intelecto como o de Newton."
Não há ainda exemplo de haver um investigador de algum caráter e autoridade mudado de opinião relativamente à ocorrência não explicada dos fenômenos de escrita direta eclarividência.
____
____Meu prezado correspondente, Alfred_Russel_Wallace, deve ser muito conhecido dos que, na Alemanha, leram as obras de Darwin, o eminente naturalista inglês. Wallace é também umespírita confesso e tem tratado, com a sua habitual perspicácia, dessa objeção constantemente apresentada (ainda revivida por vós) de uma contravenção das leis da Natureza. Diz ele:
  • “Um engano comum parece manifestar-se através de todos os argumentos oferecidoscontra os fatos reputados miraculosos, quando se alega que eles violam, invadem ou subvertem as leis da Natureza. Essa é realmente a questão capital que devemos resolver. Se os fatos disputados se dão, não podem deixar de conformar-se com as leis naturais, pois que a mais perfeita definição destas é que elas são as regras reguladoras de todos osfenômenos.
    ____Recusar-se admitir aquilo que, em outros casos, seria a evidência conclusiva de um fato, por não se poder explicá-lo pelas leis naturais que hoje conhecemos, é realmente sustentar que já possuímos completo conhecimento dessas leis e podemos determinar de antemão o que é e o que não é possível.
    ____Afirmo, sem receio de contestação, que, se os cientistas de qualquer tempo negarem os fatos sujeitos à investigação, por motivos a priori estabelecidos, errarão sempre.
    ____Quando Castallet informou a Réaumur que havia encontrado bichos de seda nos ovos das traças novas, a resposta que obteve foi: Ex nihilo nihil fit; e não se acreditou no fato, porque ele contrariava uma das mais firmadas leis da Natureza; contudo, é hoje admitido como verdadeiro, e a suposta lei cessou de ser universal.”
[97 - página 107] - Epes Sargent (1813-1880) 
____Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que asciências_positivas, aplicando o método experimental. Fatos novos se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis conhecidas; o Espiritismo ele os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os rege; depois, deduz-lhes as conseqüências e busca as aplicações úteis.
____Não foram os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio subseqüentemente explicar e resumir os fatos. É , pois, rigorosamente exato dizer-se que oEspiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação. As ciências só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o método experimental; até então, acreditou-se que esse método também só era aplicável à matéria, ao passo que o é também às coisas metafísicas.
____Como o princípio espiritual é uma das forças da Natureza, a reagir incessantemente sobre o principio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um não pode estar completo sem o conhecimento do outro.
____Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente;...
  • Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria
  • ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação.
____O estudo das leis da matéria tinha que preceder o da espiritualidade, porque a matéria é que primeiro fere os sentidos. Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas científicas, teria abortado, como tudo quanto surge antes do tempo.
____Os homens, cada vez mais esclarecidos, à medida que novos fatos e novas leis se forem revelando, saberão separar da realidade os sistemas utópicos.
  • As ciências tornam conhecidas algumas leis
  • Espiritismo revela outras
  • todas são indispensáveis à inteligência dos Textos Sagrados de todas as religiões, desde Confúcio e Buda até o Cristianismo.
____Quanto à teologia, essa não poderá judiciosamente alegar contradições da Ciência, visto como também ela nem sempre está de acordo consigo mesma.
O estudo...
____Demonstrando que esses fenômenos repousam em leis naturais, como os fenômenos elétricos, e em que condições normais se podem reproduzir, o Espiritismo derroca o império do maravilhoso e do sobrenatural e, conseguintemente, a fonte da maior parte das superstições. Se faz se creia na possibilidade de certas coisas consideradas por alguns como quiméricas, também impede que se creia em muitas outras, das quais ele demonstra a impossibilidade e a irracionalidade.
____Um último caráter da revelação espírita, a ressaltar das condições mesmas em que ela se produz, é que, apoiando-se em fatos, tem que ser, e não pode deixar de ser, essencialmente progressiva, como todas as ciências de observação. Pela sua substância, alia-se à Ciência que, sendo a exposição das leis da Natureza, com relação a certa ordem de fatos, não pode ser contrária às leis de Deus, autor daquelas leis ...
____...Espiritismo não estabelece como princípio absoluto senão o que se acha evidentemente demonstrado, ou o que ressalta logicamente da observação. Entendendo com todos os ramos da economia social, aos quais dá o apoio das suas próprias descobertas, assimilará sempre todas as doutrinas progressivas, de qualquer ordem que sejam, desde que hajam assumido o estado de verdades práticas e abandonado o domínio da utopia, sem o que ele se suicidaria. Deixando de ser o que é, mentiria à sua origem e ao seu fim providencial. Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará.

  • Os Espíritos não se manifestam para libertar o homem do estudo e das pesquisas, nem para lhe transmitirem, inteiramente pronta, nenhuma ciência.
  • Com relação ao que o homem pode achar por si mesmo, os espíritos o deixam entregue às suas próprias forças. Isso sabem-no hoje perfeitamente os espíritas.
  • De há muito, a experiência há demonstrado ser errôneo atribuir-se aos Espíritos todo o saber e toda a sabedoria e supor-se que baste a quem quer que seja dirigir-se ao primeiro Espírito que se apresente para conhecer todas as coisas.
____Você pode achar estranho que um cientista descubra, em meio aos seus estudos, a espiritualidade. Em círculos acadêmicos a palavra “ espírito” provoca a mesma reação que a palavra “evolução" nos círculos fundamentalistas. Como se sabe, espiritualistas e cientistas têm visões completamente diferentes da vida.
  • Quando um espiritualista enfrenta problemas, recorre a Deus ou às forças invisíveis para obter ajuda.
  • Já um cientista, vai até seu laboratório ou consultório e toma medicamentos. Só consegue obter alívio por intermédio das drogas.
____Posso afirmar categoricamente que a ciência me levou à espiritualidade, pois as descobertas da física e do mundo das células mostram cada vez mais a existência de um elo entre ciência e espiritualidade, duas áreas completamente distintas desde a época de Descartes, há alguns séculos. Mas tenho certeza de que quando as duas forem novamente reunidas teremos um mundo muito melhor.
[98 - página 221] - Bruce Lipton 

O Que é Psicografia?

O Que é Psicografia?
No capítulo XV do Livro dos Médiuns, o autor Allan Kardec nos explica que de todas as formas de comunicação entre os encarnados (espíritos no corpo físico) e o plano espiritual (os diversos mundos espirituais onde residem os espíritos), a escrita manual dos espíritos pela mão do médium é a mais simples, a mais cômoda, e sobretudo a mais completa.

No referido capítulo, Kardec aconselha que “todos os esforços devem ser feitos para o seu desenvolvimento, porque ela permite estabelecer relações permanentes e regulares com os espíritos como os que mantemos entre nós. Tanto mais devemos usá-la, quanto é por ela que os espíritos revelam melhor a sua natureza e o grau de perfeição ou de sua inferioridade. Pela facilidade com que podem exprimir-se, dão-nos a conhecer os seus pensamentos íntimos se assim nos permitem aprecia-los e julga-los em seu justo valor. Além disso, para o médium essa faculdade é a mais suscetível de se desenvolver pelo exercício”.

É bom lembrar que a maior parte da codificação organizada por Allan Kardec foi baseada na psicografia, revelações escritas por médiuns em diversas partes do mundo, e que esclareceram as dúvidas do pesquisador sobre as relações entre os mundos material e espiritual, principalmente durante o processo de elaboração de O Livro do Espíritos, primeira publicação de Kardec definindo as bases do Espiritismo.

Uma das formas mais antigas de comunicação, a psicografia, entretanto, não surgiu na época de Kardec. Na história da Humanidade encontram-se registros de comunicação espiritual através da escrita nas mais antigas civilizações, embora muitos dos médiuns do passado não tivessem consciência da própria mediunidade, muito menos da origem do conteúdo de seus manuscritos.

Mas é a partir de Kardec que este tipo de comunicação ganha mais força. No Brasil, através do trabalho de divulgação da obra de Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) é que veremos as mais notáveis mensagens, muitas delas reproduzidas nos livros assinados pelo médium. Isso sem mencionar a grande obra original escrita por Chico, composta por mais de 400 livros todos psicografados.

Em meados do ano de 2005, os mentores espirituais do Centro Espírita Ana Vieira comunicaram que a Casa estava pronta para implantar um trabalho de psicografia. Atendendo à solicitação dos mentores, foi realizado, durante todo o ano de 2006, um treinamento mediúnico voltado para o exercício da psicografia, em que foram convidados todos os tarefeiros do Centro que desejassem desenvolver este tipo de mediunidade. No ano seguinte, o treinamento de psicografia foi separado do treinamento mediúnico, já com a participação de um grupo de médiuns com maior facilidade na comunicação escrita.

Ao mesmo tempo em que treinava uma equipe para implantar esse trabalho, os dirigentes do Centro Espírita Ana Vieira (CEAV) buscaram instruções de como implantar este trabalho, baseando-se na experiência de outras Casas onde esta tarefa já estava implantada.

“Nosso objetivo é aliviar as saudades que as pessoas sentem com a separação dos seus entes queridos, e mostrar a todos que a morte não existe, que continuamos vivos, e que um dia vamos nos reencontrar”, explica Ruth Passos, diretora do Departamento Espiritual do Centro Espírita Ana Vieira. A psicografia, ao mesmo tempo que atende aos anseios do público em busca de notícias de seus entes queridos que já partiram para a espiritualidade, ajuda nas tarefas de comunicação com o plano superior.

Apesar de aparentemente se tratar de uma tarefa simples, a psicografia exige muito treinamento e, acima de tudo, conhecimento da doutrina espírita, sem mencionar a necessidade de uma vigilância constante do médium, através da prática de um boa conduta, reforma interior baseada nos princípios da caridade moral, entre outras ações que auxiliam o tarefeiro estar sempre sintonizado com os bons espíritos.

Embora o treinamento mediúnico de psicografia seja realizado semanalmente na Casa, o atendimento público, por enquanto, está restrito a um dia por mês. Todos os meses, o Centro realiza um trabalho aberto que, apesar de não haver o contato direto com os médiuns, o público tem como solicitar mensagens de seus entes queridos. Qualquer pessoa pode solicitar uma mensagem, desde que tenha alguma afinidade com o espírito, fazendo parte da família ou sendo um amigo muito íntimo.

Para isso, há necessidade de comparecer pessoalmente numas das datas marcadas para a Cerimônia de Psicografia Pública ( clique aqui para ver as datas programadas para o ano ) e preencher uma ficha com os dados básicos do desencarnado. No mesmo dia, a ficha é levada aos médiuns psicógrafos da Casa para uma sintonia com o plano espiritual.
Feito este contato prévio, uma equipe espiritual dedicada à este trabalho busca, entre os milhares de espíritos na erraticidade, o ente querido cujas condições de comunicação ainda não se sabe se poderão ser estabelecidas numa primeira solicitação.

Caso o espírito esteja lúcido diante de sua nova realidade e desejoso de enviar uma mensagem ao solicitante, o plano espiritual o traz no dia da psicografia, facilitando a sua seleção na concorrência, entre centenas de espíritos, desejosos de enviar uma mensagem. Nesta oportunidade facilitada pelo plano espiritual, o espírito é convidado a se comunicar diretamente através da escrita, ao mesmo tempo em que vê a presença de seu ente querido aguardando pela mesma no salão da Casa. Uma ocasião que dificilmente se repete em outras tarefas, já que é muito difícil que um espírito e um encarnado marquem data e local para um reencontro no plano terrestre, com a disponibilidade de um médium para a facilitar a mensagem.

Muitas vezes o processo se dá ao contrário. O ente desencarnado (falecido) é quem encontra a casa espírita e intui o seu parente para que o encontre no centro num determinado dia. É por esse motivo que muitas pessoas acabam encontram o Ana Vieira por uma razão quase intuitiva, sem saber que na verdade estão vindo por intuição de seus entes queridos. Esta intuição acontece mais frequentemente durante o sono, e muitas vezes as pessoas acordam sem lembrar do encontro que tiveram com estes espíritos.

Apesar de seguirem todas as orientações da Casa, muitas pessoas não recebem mensagem. “Nem todos recebem, como dizia Chico Xavier, o telefone toca de cima para baixo”, diz Ruth, lembrando que a comunicação se dá única e exclusivamente por vontade do espírito, do plano espiritual para o plano terrestre, e jamais por invocação do solicitantes. Ruth acrescenta que existem as mais diferentes razões para não ocorrer uma comunicação. A mais comum, entre elas, é a que o espírito não está em condições psíquicas para fazê-lo neste momento.

“São vários motivos, como por exemplo, um espírito que pode estar em tratamento, não tendo condições de mandar mensagens. Existem muitas razões, só lendo os livros da codificação de Allan Kardec, e estudando é que vamos entendendo o porque. Devemos sempre orar por eles, lembrar das coisas boas que passaram juntos, não ficar chorando ou se lamentando, pois isto só lhes farão muito infelizes. Eles ficam felizes quando os seus familiares estão procurando se esclarecer através do estudo, trabalhando na caridade, lembrando sempre que todos pertencem a Deus, e que para Deus todos voltarão.

Allan Kardec nos explica no capítulo XV do Livro dos Médiuns, que na psicografia existem várias modalidades de mediunidade: mecânica, semimecânica, intuitiva, etc. No médium puramente mecânico, por exemplo, o movimento da mão independe de sua vontade, funcionando como uma máquina. Já o médium semimecânico participa de ambos os gêneros, sente que na sua mão uma impulsão é dada, mas ao mesmo tempo tem consciência do que escreve à medida que as palavras se formam. No médium intuitivo, por sua vez, o movimento é voluntário e facultativo, ele age como faria um intérprete. No primeiro, o pensamento vem depois do ato da escrita, no segundo, precede-o e no terceiro acompanha. Segundo Kardec, estes últimos tipos de médiuns são os mais numerosos.

“O espírito livre, neste caso, não atua sobre a mão, para faze-la escrever, não a toma, não a guia, atua sobre a alma com a qual se identifica, a alma do médium sob esse impulso dirige a mão e esta dirige o lápis”, diz Kardec, acrescentando que “em tal circunstância o papel do médium não é de inteira passividade, ele recebe o pensamento do espírito livre e transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento, é o que chamamos de médium intuitivo. É possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido, nasce na medida que a escrita vai sendo traçada. Pode mesmo estar fora dos limites do conhecimento e capacidade dos médiuns”.

Ruth Passos explica que na casa há diferentes tipos de médiuns, e que algumas pessoas estranham a letra da mensagem, a forma de expressão do espírito, mas em alguns casos reconhecem as semelhanças no tratamento de nomes próprios, como apelidos ou na assinatura final da mensagem. “Temos mais médiuns intuitivos e semimecânicos na casa. Normalmente a letra da tradução é do médium, às vezes é finalizada de forma semimecânica com assinatura que o espírito usava quando encarnando”, esclarece.

Espíritos que estão desencarnados há muito tempo se expressam em termos diferentes, primeiro porque já não têm as mesmas atitudes e formas de pensamento de quando estavam encarnados, e segundo, que a mensagem enviada por meio de uma intuição ao médium altera a forma de expressão didata pelo espírito, o que causa uma estranha sensação para aquele parente ou amigo solicitante, que estava acostumado com a forma de falar do desencarnado.

O importante, entretanto, é o conteúdo da mensagem, e se o solicitante prestar atenção em detalhes do texto, perceberá expressões ou informações que somente o espírito poderia transmitir ao médium, intérprete que nunca o conheceu em vida.

No trabalho de psicografia realizado uma vez por mês no Centro, o solicitante preenche uma ficha com os dados do desencarnado apenas como uma forma de “entrevista” com representantes do plano espiritual presentes no local, incumbidos de localizar o espírito. Feito este contato prévio, a equipe espiritual estabelece o contato com o ente querido ou o seu mentor espiritual, que pode ser um espírito amigo do desencarnado (anjo da guarda) ou um parente próximo desencarnado há mais tempo, como pais, avós, etc.

Muitas vezes, a mensagem psicografada que vem pela primeira vez é justamente de um mentor espiritual (parente já falecido ou amigo espiritual, a quem muitos preferem chamar de “anjo da guarda”), pois o desencarnado não ainda não está pronto para estabelecer um contato com o médium. É bom sempre lembrar que a comunicação mediúnica entre os dois mundos exige treinamento de ambos os lados.

O solicitante que não recebeu a mensagem no dia, pode, entretanto, retornar a casa em outras datas com a mesma ficha, trazendo sempre o amor e a esperança no coração.

É importante lembrar que no plano espiritual o tempo é diferente do nosso tempo aqui na Terra. Alguns desencarnados levam anos para entender sua nova realidade, enquanto outros mais espiritualizados compreendem sua nova situação com maior rapidez. Todos nós somos espíritos com diferentes graus de evolução e devemos entender e respeitar o tempo de cada indivíduo na compreensão do seu papel nas diversas encarnações no planeta. Portanto, alguns espíritos tem maior facilidade de entendimento e se comunicam rapidamente com seus entes queridos, enquanto outros podem levar muitos anos.

Além disso, existem outras possibilidades a serem consideradas, como espíritos que já estão em plena tarefa no mundo espiritual sem tempo para enviar mensagens aos “parentes” da última encarnação, ou que possivelmente já tenham reencarnado, numa oportunidade rara de restabelecer relações de amor com os parentes que ainda estarão na Terra quando ele ou ela estiverem juntos novamente.

Clique aqui para ver as datas programadas para este ano

Livros indicados sobre o tema:

O Livro dos Espíritos de Allan Kardec
O Livro dos Médiuns de Allan Kardec
Nosso Lar de Francisco Cândido Xavier
Missionários da Luz de Francisco Cândido Xavier
Nos Domínios da Mediunidade de Francisco Cândido Xavier
Jovens no Além de Francisco Cândido Xavier
Devassando o Invisível de Yvone A. Pereira

História do Espiritismo de Athur Conan Doyle

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Um pouco de chico Xavier.

CHICO XAVIER – Traços Biográficos


Filho do operário João Cândido Xavier e da doméstica Maria João de Deus. Nasceu a 2 de abril de 1910, na cidade de Pedro Leopoldo.
A desencarnação de dona Maria João de Deus, deu-se a 29 de setembro de 1915, quando o Chico tinha apenas 5 anos.
Dos nove filhos (Maria Cândida, Luzia, Carmosina, José, Maria de Lourdes, Chico, Raimundo, Maria da Conceição e Geralda), seis foram entregues a padrinhos e amigos.
Chico sofreu muito em companhia de sua madrinha, que era obsediada. Conta ele, que apanhava três vezes por dia, com vara de marmelo. O pai de Chico casou-se novamente; desta feita com Cidália Batista, de cujo casamento advieram mais seis filhos (André Luiz, Lucília, Neusa, Cidália, Doralice e João Cândido).*
Por essa ocasião, deu-se o seu retorno à companhia do pai, dos irmãos e de sua segunda mãe dona Cidália, que tratava a todos com muito carinho.
Sua escolaridade vai até o curso primário, como se dizia antigamente. Trabalhou a partir dos oito anos de idade, de 15h às 2h, numa fábrica de tecidos.
Católico até o ano de 1927, o Padre Sebastião Scarzelli era seu orientador religioso.
Com a obsessão de uma de suas irmãs, a família teve que recorrer ao casal de espíritas, Sr. José Hermínio Perácio e dona Carmem Pena Perácio, que após algumas reuniões e o esforço da família do Chico, viu-se curada. A partir daí, foi mantido o Culto do Evangelho no Lar, até que naquele ano de 1927, o Chico, respeitosamente, despediu-se do bondoso padre, que lhe desejou amparo e proteção no novo caminho. (…)
No ano de 1927, funda em Pedro Leopoldo, junto com outras pessoas, o Centro Espírita Luiz Gonzaga.   
Em 08/08/44, Chico Xavier, através do advogado Dr. Miguel Timponi, em co-autoria com a FEB – Federação Espírita Brasileira, inicia contestação à ação declaratória movida pela Sra. Dª. Catharina Vergolino de Campos, viúva do famoso escritor desencarnado Humberto de Campos, sob a fundamentação de ser necessário concluir se efetivamente a obra psicografada pelo Chico, como sendo do notável escritor patrício, Humberto, após sua desencarnação. Ao final desse longo pleito, através de críticos literários, os mais consagrados, concluiu-se ser autêntica a obra em questão (ver o assunto completo no livro “A Psicografia ante os Tribunais, de autoria do advogado Dr. Miguel Timponi – Ed. FEB).
Dos quatro empregos que teve, por 32 anos trabalhou na Escola Modelo do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo e Uberaba, nesta última cidade, a partir de 1959, quando para lá se transferiu.
Chico sempre se sustentou com seu modesto salário, não onerando a ninguém. Aposentou-se como datilógrafo subordinado ao Ministério da Agricultura. Jamais se locupletou como médium. Ganhava, dos mais simples aos mais valorizados presentes (canetas, fazendas, carros), mas, de tudo se desfazia educadamente. Dos quatrocentos e doze livros psicografados, os quais pela lei dos homens lhe pertenciam os direitos autorais, de todos se desfez doando-os a federativas espíritas e a instituições assistenciais beneficentes, num verdadeiro exemplo vivo de cidadania e amor ao próximo. 

CHICO XAVIER – A Polivalência de sua Obra Literária


É bastante diversificada a obra literária do Chico, senão vejamos: o primeiro livro publicado foi “Parnaso de Além Túmulo”, escrito por 56 poetas desencarnados, compreendendo brasileiros e portugueses. Foi recebido no período de 1931 a 1932. Na época, sua idade era de apenas 21 anos. Com esta obra, Chico começa por onde a imensa maioria dos medianeiros psicógrafos principia.
Detém em sua produção Prosa e Verso, que nós, na mera condição de leitor, classificamo-la como sendo:
Reveladora: Com a publicação da obra Nosso Lar, o espírito André Luiz inicia primorosa coleção em que se ressalta, dentre tantas informações, o caráter revelador da obra, onde se tem registrado o cotidiano, o dia a dia da vida extrafísica.
Identificadora: Assim chamamos a literatura poética, como no caso do “Parnaso”. Se “estilo é maneira de exprimir os pensamentos, falando ou escrevendo” (Aurélio), no Parnaso figuram quase 6 dezenas de poetas da Língua Portuguesa, dentre os mais consagrados. Aí, a comparação entre o poeta, quando na vida física e quando retorna ao plano espiritual, torna-se inevitável.
Mensagem: Chamamos livros de mensagens, aqueles compostos por mensagens avulsas, de temas variados, de espíritos diversos. (Ex: Mãos Unidas, Respostas da Vida, etc). 
Romanesca: Destacamos, neste gênero, os cinco romances de Emmanuel (mentor do médium): Há Dois Mil Anos (abrange o período histórico de 31 a 79 D.C), Cinqüenta Anos Depois (ano 131 – D.C), Ave Cristo (abrange o período 217 a 258 D.C), Paulo e Estevão (depois da morte de Jesus até aproximadamente anos 70 D.C) e Renúncia (cobrindo a segunda metade do século XVII, iniciado em 1662 – reinado de Luiz XIV de França). Há Dois Mil Anos foi escrito no curto espaço de 24/10/38 a 09/02/39, em intervalos das atividades profissionais do Chico.
Chamamos a atenção para a chamada Cronologia Romana reconhecida por experts como autêntica. A obra suscitou o aparecimento do livro Vocabulário Histórico-Geográfico, de Roberto Macedo, versando sobre o vocabulário existente nos cinco romances supra citados.
Histórico-Geográfico: A exemplo dos livros “A Caminho da Luz” e romances de Emmanuel (já citados), “Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” de Humberto de Campos.
Conto: merecem destaque Jesus no Lar, de Neio Lúcio, Almas em Desfile e A vida Escreve, de parceria com o médium Waldo Vieira, de autoria espiritual de Hilário Silva e Contos e Apólogos, Reportagens de Além Túmulo, Contos Desta e Doutra Vida, autoria espiritual de Humberto de Campos, além de outros.
Reportagem: Encontramos o trabalho de Humberto de Campos, que comvigor e talento, do plano da imortalidade envia-nos reportagens notáveis como a que realiza com o apóstolo Pedro, no livro Crônicas de Além-Túmulo, ou com Napoleão, no livro Cartas e Crônicas ou ainda quando entrevista a famosa atriz Marilyn Monroe, no livro Estante da Vida.
LITERATURA INFANTIL
Através de autores como Neio Lúcio, Casimiro Cunha e outros.
LITERATURA JOVEM
Livros de espíritos que ainda jovens retornaram ao plano espiritual, como a obra de Jair Presente, de Augusto César e outros, cuja característica principal são, as gírias praticadas pelos jovens, notadamente no período em que surgiram.
LITERATURA UNIVERSITÁRIA
De nosso conhecimento, coube à Professora Ângela Maria de Oliveira Lignani inserir a obra literária do Chico nos meandros universitários. A professora em questão logrou aprovação no Curso de Mestrado da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Teoria da Literatura. Dissertação com 200 páginas, cujo título é “Psicografia e inscrições discursivas: a escrita de Chico Xavier”.
LITERATURA HUMORÍSTICA
Lulu Parola, Cornélio Pires e outros trazem aos leitores rica obra com esta característica. 
LITERATURA CIENTÍFICA
Por se compor de Ciência, Filosofia e Religião, invariavelmente, qualquer obra dita espírita mostra esta tendência, mas, especificamente podemos citar as de André Luiz como “Evolução em Dois Mundos” e “Mecanismos da Mediunidade”.
LITERATURA EVANGÉLICA
O Evangelho é tema de vasta obra psicografada pelo Chico, especialmente de Emmanuel: Caminho, Verdade e Vida, Pão Nosso, Vinha de Luz, Fonte Viva, Livro da Esperança, Palavras de Vida Eterna, Segue-me, Bênção de Paz.

CHICO XAVIER – Ressonância de sua Obra


NO CINEMA
Da mensagem publicada no livro “Somos Seis” resultou o filme Edifício Joelma.
NO TEATRO
Várias compilações de obras diversas resultaram na peça teatral “Além da Vida”, apresentada por atores e atrizes profissionais.
NA TELEVISÃO
Tanto na extinta Rede Tupi (associada) quanto na Rede Globo, adaptou-se como novela o livro “Nosso Lar”, sob o título de “A grande viagem”, com  amplo sucesso.
NO RÁDIO
Apresentação do chamado rádio-teatro, como o romance “Há Dois mil Anos”, teatralizado na Rádio Mundial.
Programas radiofônicos veiculando páginas espíritas.
Nos mais diversos ambientes, deparamos afixadas páginas psicografadas pelo Chico, porém, nem sempre de origem identificada.
NO JUDICIÁRIO
Conforme se vê no livro Lealdade, organizado pelo laborioso tarefeiro espírita, Hércio Marcos, do IDE – Instituto de Difusão Espírita – Araras/SP, relatando que, com base em mensagem psicografada pelo Chico, o MM. Juiz da causa absolveu o réu no douto judiciário do estado de Goiás.
NA MÚSICA
Já nos idos de 1970, o astro da canção brasileira, Roberto Carlos, revelava no Programa Flávio Cavalcanti, a influência das obras do Chico nas letras das músicas que compõe.
São inúmeras as letras psicografadas pelo Chico que foram e são musicadas, daí resultando belas canções, tais como: Alma Gêmea e Companheiro, letras de Emmanuel. A Prece, letra de João de Deus, Diretrizes adaptado do trecho de Bezerra de Menezes.. 
Fábio Júnior, Vanuza e Moacir Franco, sempre demonstraram grande carinho pelo Chico, inclusive, homenageando-o através de músicas de suas autorias.
Inúmeros LP’s (hoje em desuso) e incontáveis CD’s enriquecem a fonografia patrícia, oriunda da obra do Chico.
NA PINTURA
Através do chamado processo ideoplástico a exuberante mediunidade do Chico tem proporcionado o surgimento de quadros maravilhosos, como o do Senador romano Publius Lentulus e o retrato de Maria (vide Anuário Espírita 1986).

ABRANGENDO IRMÃOS DE OUTRAS TERRAS
A monumental obra psicografada pelo Chico já teve livros traduzidos para o esperanto, o francês, o inglês, o espanhol, o japonês, o tcheco e o polonês.
NA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Pelo fato de o Chico, invariavelmente, registrar em cartório a doação dos direitos autorais a que teria direito em favor de instituições beneficentes, que pela lei do homem lhe caberia sobre 412 obras, tal procedimento possibilita grande fonte de recursos a essas instituições mesmo depois de sua morte. E já são mais de 30 milhões de exemplares editados.
CHICO SELA COMPROMISSO COM O ESPÍRITO EMMANUEL
A data do início do mandato mediúnico do Chico é considerada 8 de julho de 1927, mas o reencontro com seu guia espiritual Emmanuel, deu-se nos fins de julho de 1931 (ver interessante diálogo que se estabeleceu entre os dois, conforme relata o livro “Chico Xavier Mandato de Amor”, UEM, p. 30-31).
QUEM ERA EMMANUEL
Senador romano na época do Cristo, conhecido por Publius Lentulus. De lá para cá do nosso conhecimento, surge nas figuras do escravo Nestório, do Padre Manoel de Nóbrega (fundador de São Paulo) e do Padre Damiano, reencarnado na Espanha.
O relacionamento entre os dois, “se perde na poeira dos sóis”, segundo informação que o Chico nos prestava, por informação do mentor espiritual.
JESUS – KARDEC – EMMANUEL
Como é sabido, a interação Jesus-Kardec-Emmanuel é absolutamente harmônica. E desde aquele longínquo 31 de julho de 1931, Emmanuel já determinava: “ – se algum dia eu conflitar com Jesus e Kardec, me abandone Chico”.
Nesse clima de absoluta interação é que para comemorar centenários respectivos, da obra que compõe o “Pentateuco Luz”, no dizer de Nenê Aluotto, temos:
- em 1959, surge o livro Religião dos Espíritos, em comemoração ao centenário do Livro dos Espíritos;  
- em 1960, o livro Seara dos Médiuns, em comemoração ao centenário do Livro dos Médiuns;
- em 1961, o livro Justiça Divina, em comemoração ao centenário do livro Céu e Inferno;
- em 1964, o livro da Esperança, em comemoração ao centenário do Evangelho Segundo o Espiritismo.
Todos esses livros de autoria de Emmanuel. O Chico recebeu além desses, de espíritos diversos, o livro O Espírito da Verdade, ainda comemorativo ao centenário do Evangelho Segundo o Espiritismo.
CHICO FALA DE SUA PRÁTICA MEDIÚNICA
No livro Parnaso de Além Túmulo, Ed. FEB – 1972 – Comemorativa do 40º aniversário de lançamento, pág. 33, Chico diz a respeito: “A sensação que sempre senti, ao escrevê-las (referindo-se a poesias recebidas mediunicamente), era a de que vigorosa mão impulsionava a minha. Doutras vezes, parecia-me ter em frente um volume imaterial, onde eu as lia e copiava;e, doutras, que alguém mas ditava aos ouvidos, experimentando sempre no braço, ao psicografá-las, a sensação de fluidos elétricos que o envolvessem, acontecendo o mesmo com o cérebro, que se me afigurava invadido por incalculável número de vibrações indefiníveis. Certas vezes, esse estado atingia o auge, e o interessante é que parecia-me haver ficado sem o corpo, não sentindo, por momentos, as menores impressões físicas. É o que experimento, fisicamente, quanto ao fenômeno que se produz freqüentemente comigo.”
MÉDIUM COMPLETO
Poder-se-á dizer que Chico foi um médium completo, tanto do ponto de vista moral quanto da técnica mediúnica.
O saudoso professor Herculano Pires o chamava de “homem-psi”.
Elias Barbosa diz que dele poder-se-á dizer “do alto dos telhados”, tratar-se do maior médium psicógrafo do mundo.
O culto e saudoso professor Rubens Romanelli, dizia com relação a Chico Xavier: “Trata-se de um dos maiores autodidatas que já conheci”.
CURIOSIDADES ACERCA DA PROFÍCUA PRODUÇÃO PSICOGRÁFICA DE CHICO
De uma certa feita na bela cidade triangulina de Uberlândia, o saudoso tarefeiro espírita Zenon Vilela passou para o papel, a seguinte informação:
No ano de 1952, Chico psicografou 2 livros, em 2 dias: Roteiro, de Emmanuel, com 172 páginas e Pai Nosso, de Meimei, com 104 páginas.
No ano de 1963, Chico psicografou 2 livros, em 2 dias: Opinião Espírita, com 204 páginas e Sexo e Destino, com 360 páginas.
No dia 31 de março de 1969 (data comemorativa do falecimento de Kardec, mera lembrança nossa), Chico psicografou 2 livros, no mesmo dia: Passos da Vida, com 156 páginas e Estante da Vida, com 184 páginas.
Chico é apontado como fenômeno na aceitação do leitor. Dos dez melhores livros do século, em pesquisa realizada por órgãos da imprensa espírita, sete são da psicografia do Chico. O primeiro lugar coube ao livro Nosso Lar, na 48ª edição, com mais de 1.200 milheiros de exemplares editados.
Ao longo de seus 75 anos de mandato mediúnico tornaram-se incontáveis os títulos honoríficos a que fez jus:
- dezenas de cidadanias;
- mais de uma centena de biografias;
- instituiu-se a Comenda da Paz Chico Xavier, por decreto estadual;
- o Mineiro do Século, por promoção da Rede Globo, etc, etc;
- pelos auditores independentes da Receita Federal, foram eleitas as 8 mais importantes figuras mundiais: Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier, Mandela, Sabin, Carlitos, Santos Dumont, Gandhi e Che Guevara.
Por dados estatísticos fornecidos por órgãos da Imprensa Nacional, em seu velório que se iniciou no domingo, 30 de junho, até terça-feira, 2 de julho do ano de 2002, em certos momentos, a fila chegou à extensão de 4 km. E diante do esquife, a média era de 40 pessoas, a cada minuto. Era comovente a serenidade e o silêncio do povo, apesar de ter que esperar horas e horas seguidas na fila, sob o forte sol uberabense, para a despedida aos despojos físicos do médium. Foi sepultado com honras militares debaixo de uma chuva de pétalas de rosas.
Eric Fronn nos ensina que “só o amor é justificativa à presença humana”. O
Chico “triplica” essa justificativa. Muitos o cognominam: “um homem chamado amor”.